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Marco Aurélio Canônico

A culpa privada

RIO DE JANEIRO - Já foi amplamente noticiada toda a incompetência do poder público em dar as condições esperadas para que o Brasil pudesse sediar uma Copa do Mundo sem passar vergonha. Mas a situação não é muito melhor quando se olha para o setor privado --e, neste caso, não se trata de obras de infraestrutura complexas, mas de serviços rotineiros de atendimento ao turista.

O retrato do despreparo de hotéis, restaurantes, lojas, quiosques e pontos turísticos do Rio foi revelado pelo Procon-RJ, que, desde o ano passado, vem se especializando em ações um tanto midiáticas, mas nem por isso menos importantes.

Só na chamada Operação Camisa 10, iniciada em 28/4 e voltada especificamente para o comércio ligado ao turismo da Copa, já foram autuados 115 restaurantes, da turística zona sul aos arredores do Maracanã, na zona norte, e 17 hotéis do Rio, incluindo os que vão abrigar as seleções da Inglaterra, Argentina e Espanha.

As irregularidades são variadas, mas os principais casos são de comida vencida, sem data de validade ou conservada de forma irregular; mais de três toneladas de alimentos foram descartadas, além de 550 litros de chope.

Nem os dois principais símbolos da cidade escaparam: no bondinho do Pão de Açúcar, falta rampa para cadeirantes, que precisam ser carregados escada acima. No trem do Corcovado, descola-se um dinheiro a mais dos gringos vedando-se a meia-entrada para turistas estrangeiros que sejam estudantes ou maiores de 60 anos. No ano passado, as autuações de 1.451 estabelecimentos cariocas resultaram no pagamento de mais de R$ 4 milhões em multas --as empresas puderam recorrer tanto da punição quanto de seu valor.

Cada vez que o Procon sai em diligência, volta com uma dezena de estabelecimentos autuados, o que só reforça a impressão de que somos constantemente enganados.


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