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Paula Cesarino Costa

Nuances da Copa

RIO DE JANEIRO - Da expectativa vira-lata de caos à constatação ufanista de sucesso absoluto da Copa do Mundo, a prudência recomenda aguardar o final dos jogos. Deve-se salientar que a boa qualidade do futebol e a grande quantidade de gols têm efeito imediato na psicologia das massas e dos analistas.

Na era da instantaneidade obrigatória e da simplificação burra, prestar atenção aos detalhes e às diferenças torna-se exercício demorado e solitário. Tudo tem suas nuances.

Com resquícios de colonizado, dá-se valor exagerado à visão de fora. É óbvia demais a observação do "Wall Street Journal" de que a "euforia com a Copa mascara as aflições econômicas do Brasil". Ou a de que "o sucesso da Copa não pode fazer esquecer a pobreza que existe no país".

A pobreza está no caminho dos estádios das 12 sedes. A desigualdade está estampada na predominância dos rostos brancos da maioria da torcida brasileira nas arquibancadas.

A inexistência de problemas graves de infraestrutura, até agora, surpreendeu os mais otimistas. A realidade tornou deslocado o divertido bordão "imagina na Copa".

O domínio latino-americano nos campos multiplica-se pelas ruas. O Brasil faz fronteira com dez países do continente. É a primeira Copa do Mundo na América do Sul desde 1978 (na Argentina) e na América Latina desde 1986 (no México).

Argentinos, chilenos e uruguaios invadiram o país por terra. Colombianos, com um bom time num grupo fácil e uma simpatia pelo Brasil, derramam-se de confiança. Mexicanos, com máscaras e maquiagem, parecem ter saltado das telas de televisão, demonstrando sua astúcia.

O Rio está acostumado a turistas, em geral europeus. Separados pela língua e, de certa forma, por desinteresse e arrogância regional, um dos legados dessa Copa terá sido a aproximação do Brasil com seu próprio continente. Que seja duradoura.


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