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Mario Cesar Carvalho

Lições do massacre

SÃO PAULO - A seleção da Alemanha que humilhou o Brasil por 7 a 1 nasceu de um vexame --a derrota por 2 a 0 para a seleção brasileira no final da Copa da Coreia e do Japão, em 2002. Após o resultado, a Alemanha decidiu que seu futebol chegara a um ponto de esgotamento que precisaria se reinventar. Se a seleção quiser tirar alguma lição do massacre que sofreu no Mineirão, é melhor estudar o que os germânicos fizeram nesses 12 anos.

O plano alemão partiu de um tripé: formação de jogadores, intolerância com a corrupção e a busca por mais torcedores.

Apesar de a Alemanha ter a imagem de um país certinho e implacável, o futebol do país era dominado por escroques. Foram processados e muito deles banidos dos campos. Os clubes receberam financiamento para recuperar seus estádios e, assim, receber melhor os torcedores. A poderosa liga alemã criou uma rede ligando escolinhas de futebol aos clubes. Os jogadores são incentivados a discutir questões extracampo, como racismo, homofobia e violência.

A preparação dos atletas envolve um arco de técnicas que vai da mais alta tecnologia a aulas de ioga. O plano não sofreu alterações nem com a derrota da Alemanha em 2006, quando o país sediou a Copa.

A pior lição que se poderia tirar da derrota seria culpar Felipão. O técnico tem defeitos em escala amazônica --é autoritário, conhece pouco do futebol contemporâneo e acha que pode resolver tudo com o blá-blá-blá dos livros de autoajuda--, mas foi escolhido pela CBF. A entidade que dirige o futebol brasileiro, um antro de obscurantismo, tem ojeriza a qualquer ideia que soe inovadora.

Os políticos já começaram a falar em criar uma CPI para investigar a CBF. É a volta da velha ideia de que uma bala de prata vai colocar o futebol brasileiro no rumo certo. Bobagem. Já que a seleção não consegue segurar os alemães com a bola, pode começar a lição de casa imitando o que eles fazem fora de campo.


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