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Opinião

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Kenneth Maxwell

Humilhação

A semifinal da Copa do Mundo estava destinada a ser difícil. O Brasil não contava com o seu astro Neymar, depois da joelhada do colombiano Zúñiga que levou à fratura da terceira vértebra do jogador brasileiro, nem com o capitão Thiago Silva, suspenso por ter recebido o segundo amarelo na partida contra a Colômbia.

Mas ninguém poderia ter previsto o resultado no Mineirão. Foi o pior dos resultados para o Brasil e o melhor dos resultados para a Alemanha. A vitória alemã por 7 a 1 foi um triunfo. Aos 29 minutos do primeiro tempo, o jogo já estava 5 a 0. Para o Brasil, a derrota foi uma humilhação nacional. Ainda pior: foi a mais devastadora derrota que o Brasil já sofreu jogando em casa, e em uma semifinal crítica naquela que vem sendo vista como uma das mais empolgantes Copas de todos os tempos. Como se disse, era difícil "explicar o inexplicável".

Enquanto isso, e para surpresa de ninguém, os problemas da Fifa continuam a ferver. A federação de futebol camaronesa está investigando alegações da imprensa alemã de que sete jogadores da seleção do país ajudaram a manipular resultados de jogos na primeira fase deste Mundial. Raymond Whelan, o britânico que preside a Match, empresa suíça parceira da Fifa para fornecer pacotes VIP de hospitalidade para os jogos da Copa, foi detido pela polícia brasileira, no Rio, na "Operação Jules Rimet", que investiga acusações de participação em um escândalo de venda de ingressos a cambistas.

Evidentemente, esse não é um problema novo para a Fifa, Em 2006, Jack Warner, ex--presidente da Concacaf, a Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe, aparentemente faturou alto vendendo ingressos para a Copa no mercado negro. Philippe Blatter, sobrinho do presidente da Fifa, é presidente da Sports and Media Company e detém ações da Match. Humberto Grondona, filho de Julio Grondona, vice-presidente da Fifa, também está sendo acusado de vender ingressos para a Copa do Mundo. No geral, essas vendas ilegais são estimadas em US$ 100 milhões para esta Copa.

Haverá consequências políticas. O desabamento de um viaduto em Belo Horizonte alguns dias atrás é sintomático de muitos dos problemas subjacentes e continuados do Brasil, que devem retornar quando a Copa do Mundo acabar: trabalho de baixa qualidade e atrasos crônicos em obras públicas, e os imensos gastos com os estádios.

A última vez que o Brasil perdeu de forma tão catastrófica uma partida de futebol foi contra o Uruguai, na final da Copa de 1950. Daquela vez, a seleção brasileira abandonou a camisa branca e passou a jogar de amarelo. Desta vez, abandonar uma cor de uniforme pode ser mais difícil.


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