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Ricardo Balthazar

Janela fechada

SÃO PAULO - Um político que viajou com Dilma Rousseff pelo interior paulista em 2011 lembra até hoje da surpresa que teve ao perceber o encantamento da presidente com as manifestações de apreço popular que recebeu na viagem. Sentada a seu lado no banco de trás do carro, a todo instante Dilma interrompia a conversa para abrir a janela e acenar a pessoas que a aplaudiam nas ruas por onde passavam.

Três anos depois, dificilmente a cena se repetiria. A popularidade da presidente está em queda e se aproxima do nível em que se encontrava no auge das manifestações de junho de 2013, ponto mais baixo que alcançou desde o início de seu mandato. De acordo com o Datafolha, em nenhum outro lugar os números de Dilma são tão ruins como em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país.

Conforme o instituto, 47% dos eleitores paulistas dizem que jamais votariam em Dilma, que no segundo turno das eleições presidenciais de 2010 conseguiu 45% dos votos paulistas concorrendo com um ex-governador do Estado, o tucano José Serra.

Com 25% das intenções de voto, Dilma aparece agora empatada com o senador tucano Aécio Neves, seu principal adversário na corrida presidencial. Nas simulações de segundo turno, tanto Aécio quanto o ex-governador Eduardo Campos, o candidato do PSB, batem a presidente com margem confortável no Estado.

Dilma ainda é favorita para a eleição deste ano, mas é improvável que seja reeleita sem uma boa votação em São Paulo. Parte do problema está no próprio PT: o prefeito Fernando Haddad vai mal, a campanha de Alexandre Padilha para governador é uma miragem, e o carisma do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem menos apelo num território dominado pelo PSDB há duas décadas.

Mas há também o crescente pessimismo com os rumos da economia, que é maior em São Paulo do que em outras regiões. Sem melhoras nesse campo, será difícil para Dilma voltar a sorrir com a janela do carro aberta.


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