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Bernardo Mello Franco

O enigma do Chuchu

SÃO PAULO - A pergunta foi lançada há dias por um conhecido político do Rio, intrigado com as pesquisas eleitorais de São Paulo: "O Alckmin é o sujeito mais sem charme que existe e, ao que tudo indica, vai ser reeleito de novo. Como pode?".

A mesma dúvida assombra os adversários do governador, que hoje venceria com facilidade no primeiro turno, segundo o Datafolha.

A falta de carisma do tucano, rebatizado pelo colunista José Simão de "picolé de chuchu", está longe de ser o principal motivo de espanto. O escândalo do cartel dos trens bateu na porta do palácio. O Estado enfrenta uma grave ameaça de desabastecimento de água. Promessas da última campanha, como a entrega de mais 30 km de metrô, não serão cumpridas até o fim deste mandato.

Por que, então, Alckmin consegue manter a popularidade em alta depois de tantos anos no poder?

Pesquisas qualitativas que circulam entre os partidos mostram que o governador mantém a imagem de homem simples, austero e trabalhador. Seu jeito provinciano, as piadas repetidas e as referências a Pindamonhangaba cansam até os aliados, mas parecem não enfastiar o eleitor.

"As pessoas aprovam o Alckmin menos pelo que ele é e mais pelo que ele não é", arrisca um dirigente petista. "A impressão geral é que ele não se envolve no jogo de acusações da política, não é arrogante e, se não enfrenta a corrupção, não leva nada para casa", prossegue o rival.

Os adversários também parecem conspirar por sua perpetuação no cargo. O PT subestimou a rejeição dos paulistas a Dilma Rousseff e Fernando Haddad ao apostar em mais um desconhecido, Alexandre Padilha.

Paulo Skaf, do PMDB, parece depositar todas as fichas em um discurso de lei e ordem que ecoa a "Rota na rua" de seu novo aliado Paulo Maluf. Terá dificuldade para disputar o voto conservador com Alckmin, que se notabilizou ao declarar, após uma matança da polícia em 2012, que "quem não reagiu está vivo".


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