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Opinião

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Inóspito Iraque

Devido ao rápido avanço da facção terrorista Estado Islâmico, é gravíssima a situação de milhares de pessoas pertencentes a minorias no Iraque. Desde domingo, já fugiram da cidade de Sinjar, na região norte, cerca de 200 mil curdos da etnia yazidi, uma das mais antigas do país e cuja população total atual não passa de 500 mil.

Por cultivarem crença com fundamento no antigo zoroastrismo, são tidos como adoradores do diabo pela milícia islâmica de confissão sunita que ora controla boa parte do território sírio e iraquiano.

Outras 40 mil pessoas dessa comunidade estão em condições ainda mais inóspitas. Procurando refúgio em áreas montanhosas, terminaram sitiadas pelos radicais.

Caso permaneçam escondidos em cavernas, podem morrer por desidratação --água, alimentos e remédios são escassos. Caso optem pela fuga, provavelmente não passarão vivos pelos extremistas. Até aqui, 500 cidadãos do grupo yazidi já sucumbiram.

Aos poucos, a comunidade internacional dá sinais de que não tolerará essa circunstância. Ontem, representantes do governo dos Estados Unidos divulgaram a intenção de pôr fim à crise humanitária. Cogita-se, com o auxílio de aviões, atacar os terroristas no sopé das montanhas e enviar suprimentos aos iraquianos no cimo.

Não são apenas os yazidi que abandonam suas moradias em razão da ofensiva do Estado Islâmico. Ainda ontem, 50 mil cristãos caldeus abandonaram a cidade de Qaraqosh, até então sede da maior comunidade da confissão no Iraque, após perceberem a aproximação de comboios dos extremistas. Outros três municípios menores registraram êxodo similar.

Torna-se, assim, mais difícil dar amparo adequado a todos os refugiados na própria região em que viviam, o Curdistão iraquiano. Autoridades locais pediram apoio a outros países com vistas a dar conta da demanda volumosa e repentina.

Enquanto as minorias sofrem, o governo central, liderado pelo primeiro-ministro Nuri al-Maliki, se omite. Sem autoridade, vê seu Exército perder batalhas e armas para os terroristas. Sem legitimidade, por ter governado em prol de interesses da população xiita, não consegue conduzir o cada vez mais urgente e necessário processo de diálogo e reconstrução do Iraque.


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