Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Opinião

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Frank-Walter Steinmeier

TENDÊNCIAS/DEBATES

O assunto é: O Estado Islâmico

O que podemos e o que devemos fazer

Temos de desenvolver uma estratégia para enfrentar sistematicamente o Estado Islâmico e reprimir o afluxo de combatentes e de dinheiro

O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) está avançando com extrema brutalidade, assassinando, perseguindo, escravizando e humilhando quem quer que pense de maneira diferente da sua.

Com armas modernas e recursos financeiros consideráveis, o EI se tornou uma ameaça ao Curdistão iraquiano e à já desestabilizada ordem no Oriente Médio. Sem a intervenção decidida dos Estados Unidos, as forças de segurança curdas seguramente não teriam conseguido impedir o último avanço do EI.

Nessa situação dramática, o governo federal alemão decidiu prestar ajuda humanitária às populações em fuga e apoiar o governo regional curdo com alimentos, cobertores, tendas e geradores, e também com armas e equipamento militar.

A Alemanha está assumindo sua responsabilidade internacional, e isso não apenas na luta contra o EI, no Oriente Médio, no Afeganistão e na África. Estamos engajados na crise extremamente perigosa que está se desenvolvendo entre a Rússia e a Ucrânia. Nossa responsabilidade é concreta e resultado da ponderação: será que nossos princípios fundamentais de uma ordem internacional pacífica e justa estão ameaçados? Até que ponto nossos próprios interesses são afetados ou nossos parceiros e aliados mais próximos são atingidos?

Nosso ceticismo relativo a intervenções militares e nossa abordagem restritiva quanto à exportação de armas têm fundamentos políticos válidos e estão profundamente enraizados na consciência coletiva dos alemães. Não houve qualquer mudança de paradigma nos princípios de nossa política externa, que incluem a máxima da contenção militar. Confrontados com esses perigos reais, contudo, não podemos nem devemos nos limitar a debater os princípios ou mesmo nos esconder atrás deles. Temos de tomar decisões responsáveis, cientes de seus riscos e de seus dilemas.

Quando soluções políticas não têm qualquer perspectiva de êxito sem acompanhamento militar, temos de estar dispostos a ponderar honestamente os riscos de um envolvimento próprio e as consequências da inatividade. Foi assim que, em 1999, no Kosovo, e em 2001, no Afeganistão, decidimos a favor da participação alemã em uma intervenção militar internacional. Em 2003, por razões igualmente válidas, a Alemanha opôs-se a uma intervenção militar no Iraque.

Nosso engajamento contra o Estado Islâmico não começa nem termina com o envio de armas. Temos de desenvolver, em conjunto com a comunidade internacional e com os países da região, uma estratégia política para enfrentar sistematicamente essa organização terrorista, desmascarar a pretensa legitimidade religiosa do EI e reprimir o afluxo de combatentes e dinheiro.

Não podemos ceder à ilusão de que poderíamos simplesmente nos isolar quando o mundo à nossa volta desabar. Nossa prosperidade e segurança dependem de nossa interligação política e econômica sem precedentes com todo o mundo.

É por esse motivo que temos de nos questionar: o que podemos e o que devemos fazer? Mas ao colocar essa questão, devemos estar igualmente conscientes dos limites de nossas possibilidades.

A Alemanha é o país mais populoso da União Europeia, politicamente estável e economicamente forte, mas nossas contribuições políticas, humanitárias e militares para a solução de conflitos apenas terão peso e serão eficazes no contexto de uma colaboração com outros países. Por isso, agir em conjunto com nossos parceiros é e continuará sendo o fundamento elementar da política externa alemã.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página