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Opinião

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Mais um passo europeu

Depois de meses de decepções com o ritmo lento da economia na zona do euro, o Banco Central Europeu (BCE) adotou medidas mais enérgicas para estimular a região.

Ao decidir comprar papéis no mercado, com a consequente injeção de dinheiro na praça, seguiu os passos de outros bancos centrais e deixou de limitar suas ações a empréstimos baratos e cortes de juros.

A conjuntura econômica não tem sido favorável. No primeiro semestre, houve estagnação na Alemanha e na França, e a Itália entrou em recessão. Assim, o BCE reduziu a previsão de alta do PIB na zona do euro para 0,9% neste ano.

Enquanto isso, a inflação cai de forma sistemática. A alta dos preços ao consumidor nos últimos 12 meses ficou em 0,3%, muito aquém da meta (abaixo, mas perto de 2%). Há grandes disparidades entre os países; o índice chegou a 0,8% na Alemanha, mas ele é negativo na periferia mais atingida pela crise.

A deflação é um problema. Torna mais difícil reduzir o peso das dívidas, que têm seu valor elevado em relação ao de serviços e bens produzidos localmente. Todos os bancos centrais querem evitá-la e, tradicionalmente, fazem isso com estímulos à demanda interna por meio de redução de juros.

Ocorre que as taxas básicas na zona do euro já estão próximas de zero. Daí o novo passo da autoridade monetária, que visa aumentar a disponibilidade de dinheiro para pequenas e médias empresas nas economias mais frágeis.

Estima-se que as medidas, em conjunto, injetarão quase € 1 trilhão na economia. Se será suficiente para tirar a Europa do atoleiro, ninguém sabe.

O próprio presidente do BCE, Mario Draghi, afirmou que a política monetária, sozinha, não resolve o problema. É preciso, de acordo com ele, haver menos contenção nas contas públicas, especialmente na Alemanha, desde que não se descumpram os limites orçamentários de longo prazo.

Os alemães, sempre austeros, resistem. Por isso, aumentos de gastos deverão ser direcionados para investimentos públicos. Draghi também pediu que reformas estruturais sejam aceleradas, um recado para a França e a Itália.

A ação do BCE, portanto, é apenas um aspecto do que pode ser uma mudança mais profunda na política econômica europeia. A combinação de mais dinheiro na praça com gastos públicos e reformas pode dar uma perspectiva melhor para a combalida Europa.

Para o restante do mundo, Brasil inclusive, seria uma boa notícia se a região voltasse a crescer e aumentasse suas importações.


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