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Opinião

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Kenneth Maxwell

11/9

Hoje, 11 de setembro, é o 41º aniversário do golpe que derrubou o presidente Salvador Allende no Chile, em 1973. O general Augusto Pinochet lançou um reino de terror no qual milhares de pessoas foram mortas, aprisionadas e torturadas. Ele governou por 17 anos.

Nesta segunda (8), uma bomba foi detonada ao lado da estação de metrô Escuela Militar, no bairro de Las Condes, em Santiago. Ninguém foi morto, mas houve diversos feridos. As autoridades chilenas presumem que os perpetradores, que até agora não assumiram a responsabilidade pelo ataque, sejam parte de um grupo anarquista. Foi o mais sério ataque terrorista no Chile em mais de 20 anos. Triste lembrete de que a América Latina não está imune à violência terrorista que se abate sobre porções tão grandes do resto do planeta.

Hoje também é o aniversário dos ataques terroristas coordenados pela Al Qaeda contra os EUA, em Nova York e Washington, nos quais 3.000 pessoas inocentes foram mortas e mais de US$ 10 bilhões em danos foram causados.

Quatro jatos de passageiros foram sequestrados: o voo 11 da American Airlines e o voo 175 da United Airlines colidiram contra as torres norte e sul do World Trade Center. Um terceiro avião, o voo 77 da American Airlines, foi lançado contra o Pentágono. Um quarto, o voo 93 da United Airlines, que também tinha Washington como alvo, caiu, em lugar disso, na região rural da Pensilvânia.

Como resultado, o presidente George W. Bush lançou sua guerra "contra o terrorismo", o que levou à invasão do Afeganistão e do Iraque, com milhares de outras vidas perdidas, mais detenções, tortura e consequências catastróficas, com as quais ainda convivemos.

É duplamente irônico que, na data desses aniversários, Henry Kissinger, em entrevista ao "Sunday Times", de Londres, esteja instando o presidente Obama a "lançar um ataque vigoroso contra o Estado Islâmico (EI) na Síria e Iraque", e advertindo que isso já deveria ter acontecido. Mas Kissinger apoiou a guerra do Iraque, claro. Ele acredita que Bush e Tony Blair "agiram de boa fé".

Kissinger também foi o principal protagonista da campanha clandestina contra Salvador Allende. Críticas contra ele por "abusos contra os direitos humanos", disse ao "Sunday Times", "não são um problema que preocupem". Aos 91 anos, e após passar por uma cirurgia cardíaca em julho, ele está ocupado com a promoção de "World Order", seu novo livro.

Obama, ele diz, "não parece compreender que sem nós, e sem nossa liderança, a nova ordem não pode ser criada". Ele se queixa que Obama jamais o consultou. Eis aí uma boa notícia. Ou ao menos era, até os militantes do EI decapitarem dois jornalistas americanos e a opinião pública dos EUA inclinar-se a favor de uma intervenção militar, de novo.


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