Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Opinião

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Chico Macena

O atual projeto da prefeitura para uma ciclovia na avenida Paulista deve ser implementado?

Ir e vir com mais segurança

SIM

Em janeiro de 2015 fará sete anos que a ciclista Márcia Prado morreu pedalando na avenida Paulista. Na época muitos perguntaram: "O que ela estava fazendo lá? Ali não é local de bicicleta...". Um projeto para a avenida já poderia ter sido desenvolvido na reforma das calçadas realizada em 2008, mas não foi.

Durante muitos anos a Paulista virou palco de manifestações de cicloativistas e de cidadãos que defendem o direito de pedalarem com segurança e respeito.

A Paulista é um importante eixo de mobilidade da cidade. Por que, então, existe uma grande polêmica em torno dos 20 centímetros de faixa, hoje destinadas aos veículos e que, no futuro, serão utilizados para a construção da ciclovia da Paulista? Por que uma ciclovia na avenida pode ser tão interessante?

As avenidas Paulista e Bernardino de Campos permitem a interligação entre a região do Jabaquara, de Perdizes, da Lapa, de Pinheiros, do Pacaembu e as ciclovias do centro. Um eixo equivalente ao Norte-Sul ou Leste-Oeste. Esse eixo que contempla as universidades, equipamentos culturais e de serviços é composto de outros polos de atração e geração de viagens de todo e qualquer tipo de transporte, inclusive o de bicicletas.

As bicicletas já estão na avenida Paulista. A Pesquisa Origem e Destino de 2007, já indicava que a região gerava quase 2.000 viagens de bicicletas por dia. Se somar as zonas da pesquisa de 2007 ao longo desse eixo, o potencial de geração de viagens de bicicleta sobe para 10 mil. E um único dia em 2010, no cruzamento da Paulista com a avenida Brigadeiro Luís Antônio, passaram 733 ciclistas.

Desde os anos 1980, estudos vêm sendo feitos para demonstrar a necessidade das ciclovias na cidade. Em 2007, a cidade institucionalizou a demanda, por meio da lei nº 14.266, de minha autoria, que criou o Sistema Cicloviário do Município de São Paulo. A lei determina que o "transporte por bicicletas deve ser incentivado em áreas apropriadas e abordado como modo de transporte para as atividades do cotidiano, devendo ser considerado modal efetivo na mobilidade da população".

Bem, isso demonstra que a cidade já vem pensando no assunto há pelo menos três décadas. Entretanto, só agora, na gestão do prefeito Fernando Haddad, o assunto passou a ser prioridade. Nos últimos três meses, foram implantados 70,6 km de espaços específicos e compartilhados para o trânsito de bicicletas.

O atual projeto de construção da ciclovia na avenida Paulista reforça a política de mobilidade sustentável, garante a segurança dos pedestres e é parte desse programa maior que vem sendo discutido com a sociedade e que será palco de debates na Semana da Mobilidade, ação que ocorre até esta quinta-feira (25). Portanto, o programa de ampliação do sistema cicloviário da cidade tem planejamento e estudo técnico sólido, ao passo que hoje, 88% da população se declara a favor da ampliação de ciclovias, conforme pesquisa Ibope divulgada na última quinta (18).

A gestão Fernando Haddad quer construir uma cidade que, além de proporcionar segurança e proteção aos ciclistas, incentive a demanda, promova humanização, saúde, qualidade de vida, direcionamento do desenvolvimento urbano, ocupação dos espaços públicos da cidade e a possibilidade e o prazer de ver o sol e sentir o vento.

Não se trata de delírio. A política pública de mobilidade, que inclui a construção de ciclovias, é a garantia do direito de ir e vir com mais segurança. Pesadelo é não ter uma cidade para todos.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página