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Opinião

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Raffaele Trombetta

TENDÊNCIAS/DEBATES

A União Europeia e o Brasil

A Itália, com os seus 30 milhões de descendentes no Brasil, é o país ideal para reforçar a ponte de cooperação entre os povos

Os desafios que a Itália enfrenta como país que preside a União Europeia, cargo rotativo que cada Estado-membro da UE assume pelo período de seis meses, estão entre os mais importantes que a união já enfrentou na sua história. A crise financeira internacional de 2008 e 2009 deixou uma herança pesada, caracterizada pelo desemprego e pelo baixo crescimento.

Ao mesmo tempo, a situação no Oriente Médio e na Ucrânia evidencia mais do que nunca a necessidade e a urgência da adoção de política externa e de segurança comuns que possam contribuir para a solução dessas crises. Elas são, sem dúvida, as mais graves e complexas dos últimos anos e que nenhum país europeu, individualmente, poderia resolver. Isso tudo enquanto a Europa é investida por uma onda migratória sem precedentes.

Esses desafios representam também enormes oportunidades para os povos europeus. Superá-los significará garantir um novo período de desenvolvimento econômico e social dentro das fronteiras, e de paz e estabilidade nas regiões vizinhas. Significará confirmar mais uma vez que o nosso modelo de integração política e econômica pode servir de referência para todas as regiões do mundo. Significará estabelecer a nova União Europeia do século 21, a casa das nossas novas gerações.

A presidência italiana pretende perseguir com determinação esses objetivos recorrendo às razões mais profundas da integração europeia. A referência aos valores democráticos, de solidariedade e aos direitos humanos, fundamenta nossa ação política para retomar o caminho do crescimento e juntos assumirmos nossas responsabilidades históricas nas regiões limítrofes.

Federica Mogherini, atual ministra das Relações Exteriores da Itália, encarna plenamente esse conjunto de valores. Com base nisso, os chefes de Estado e de governo escolheram-na como alto representante pela política externa e de segurança comum.

Nesse cenário, é impossível prescindir da cooperação com os parceiros internacionais: por essa razão, uma das prioridades da presidência italiana é consolidar as relações com países e regiões do mundo que compartilhem dos mesmos valores democráticos. A América Latina e o Brasil, em especial, estão certamente no topo dessa lista.

A Itália, com os seus 30 milhões de descendentes no Brasil, é o país ideal para reforçar essa ponte de cooperação entre os nossos povos em todos os âmbitos da atividade humana: da arte à ciência, da cultura ao comércio. Estamos trabalhando diariamente para intensificar todos esses laços, cada vez mais.

Queremos dar um renovado impulso às negociações do Tratado União Europeia-Mercosul. Temos certeza de que a conclusão desse tratado será um histórico fator de integração comercial, que abrirá inúmeras possibilidades de desenvolvimento e comércio para as empresas de ambos os lados, trazendo benefícios e oportunidades para os jovens e para os trabalhadores.

A Europa olha com grandes expectativas as iminentes eleições brasileiras. Uma das maiores democracias do mundo escolherá em breve suas próximas lideranças por meio de um sistema de votação eletrônico, no qual o Brasil foi pioneiro e que suscita admiração no mundo todo.

Acompanharemos com enorme interesse os acontecimentos das próximas semanas com a certeza de que, qualquer que seja o resultado das urnas, teremos no próximo governo brasileiro um parceiro indispensável para juntos promovermos os valores comuns da paz e da integração entre os povos.


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