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Masp sob nova direção

O empresário e consultor Heitor Martins assumiu neste mês a presidência do Masp (Museu de Arte de São Paulo) com a promessa de sanar as dificuldades financeiras que afligem a instituição e reavivar sua presença cultural.

Martins, que presidiu a Fundação Bienal e foi o principal responsável por sua reestruturação, chegou ao comando do mais importante museu de arte do país após intensas negociações e mudanças na estrutura administrativa.

Em meio a dívidas que ameaçavam inviabilizar as atividades do Masp, sua diretoria anterior estabeleceu contatos com setores da iniciativa privada na tentativa de concretizar parcerias e obter recursos.

O diálogo evoluiu de maneira positiva. Empresas concordaram em colaborar, mas condicionaram o aporte de recursos a um processo de reformulação institucional.

Nos últimos meses, o estatuto do museu foi modificado para que se alterasse a composição do conselho, que passou de 30 para 80 membros --todos convidados a contribuir financeiramente.

Em entrevista a esta Folha, Martins anunciou que a entidade já obteve cerca de R$ 10 milhões --de conselheiros, patronos e apoiadores-- para pagar sua dívida, estimada em R$ 12 milhões.

O novo presidente anunciou também que a construção do anexo, hoje interrompida, será retomada, o que propiciará uma bem-vinda ampliação da capacidade física do museu, tanto para abrigar obras como para receber público.

Fundado em 1947 pelo empresário Assis Chateaubriand e pelo jornalista e crítico de arte Pietro Maria Bardi, o Masp conta com um acervo precioso, reconhecido internacionalmente por sua sofisticação.

O museu começou a funcionar no antigo prédio dos Diários Associados antes de ganhar, no final da década de 1960, sua sede atual, obra da arquiteta Lina Bo Bardi.

A fundação do Masp coincidiu com uma série de iniciativas da elite econômica paulista da época, como a criação do Museu de Arte Moderna (MAM) e da Bienal, inaugurados, respectivamente, em 1949 e 1951, sob a liderança do empresário Ciccillo Matarazzo.

Embora tenha se mantido como um dos principais pontos de visitação da cidade de São Paulo, o Masp já não exercia nos últimos anos o papel relevante de outros tempos. Em que pesem exposições e iniciativas elogiáveis, a instituição, inferiorizada em termos financeiros, perdeu influência.

Equacionadas as contas, o principal desafio da nova diretoria será justamente recuperar o tônus cultural do museu. Mais que um expositor de acervos históricos, ele pode e deve investir no diálogo com as questões da arte contemporânea brasileira e internacional.

A boa notícia é que os sinais parecem apontar para a direção certa.


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