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Hélio Schwartsman

Janela de aprendizado

SÃO PAULO - A democracia é o melhor sistema de governo que encontramos até aqui, mas isso não significa que não tenha lá seus defeitinhos. Um deles é que tende a ser ruim para os candidatos a um cargo majoritário desagradar aos eleitores. Embora isso não leve necessariamente os postulantes a mentir --estou falando em termos teóricos, é claro--, faz com que evitem certas questões, notadamente aquelas que evocam dificuldades futuras.

Nesse contexto, os próximos dias oferecem uma excelente janela de aprendizado para o eleitor. Os governadores escolhidos em primeiro turno poderão sair do modo eleitoral em que vinham atuando até aqui e começar a enfrentar o mundo real com o necessário realismo. Geraldo Alckmin, por exemplo, que deve conquistar hoje um novo mandato em São Paulo, já poderá adotar medidas mais fortes para lidar com o problema da falta de água. Convém, é claro, ao menos afetar alguma pudicícia. O reencontro com a realidade não pode ser nem tão rápido que pareça debochar do eleitor nem tão lento que atrase em demasia a adoção das políticas necessárias.

No caso da disputa federal, provavelmente teremos de aguardar ainda três semanas para viver este momento da verdade, mas as encrencas que nos aguardam não são menores.

As contas públicas vão de mal a pior e há uma fila de tarifas que cobram reajuste, para citar apenas dois dos problemas mais urgentes. Não importa muito quem seja o vencedor, a maior parte das bondades insinuadas nos programas eleitorais terá de ser esquecida ou pelo menos adiada.

E isso nos leva de volta à questão das deficiências da democracia. Ao menos na forma como as campanhas estão sendo conduzidas, o sistema leva o cidadão mais esclarecido a torcer para que os vencedores estejam praticando algum tipo de estelionato eleitoral, pois, se não estiverem, aí sim estaremos verdadeiramente em maus lençóis.


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