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Hélio Schwartsman

Gargalo da educação

SÃO PAULO - Os economistas fazem constantes referências ao gargalo da infraestrutura. Não há dúvida de que o problema é real e cobra solução. Há, contudo, um outro gargalo que me parece ainda mais grave e que não vem recebendo a devida atenção. É o da educação.

Reportagem de Érica Fraga publicada no domingo passado mostra que os investimentos do governo no Fies, o programa de empréstimos subsidiados para quem cursa a educação superior, nonuplicaram entre 2010 e 2014, saltando de R$ 1 bilhão para R$ 9 bilhões. Em menor escala, o mesmo se deu com o ProUni, o programa de bolsas de estudo para alunos carentes, que teve suas verbas triplicadas entre 2005 e 2013.

É certo que o Brasil precisa aumentar sua população diplomada. Aqui, só 13% dos adultos entre 25 e 64 anos são detentores de título universitário, contra uma média de 33% nos países desenvolvidos (OCDE).

Não creio, porém, que a proposta, defendida por alguns especialistas, de oferecer juros menores a estudantes que se disponham a cursar carreiras em que o país tem interesse, como engenharia e medicina, vá dar certo. Não é só o governo que identificou a carência desses profissionais. A iniciativa privada também o fez e busca, às vezes desesperadamente, contratá-los, oferecendo bons salários.

Se os alunos não respondem aos estímulos de mercado e optam por carreiras saturadas, como direito e administração, é provavelmente porque não se sentem capazes de enfrentar cursos mais técnicos como engenharia e medicina. E talvez tenham motivos para isso. Testes internacionais mostram que o desempenho acadêmico de nossos alunos do ensino médio é bem ruim e piora ainda mais em matemática e ciências.

Receio que já estejamos enfrentando o gargalo imposto por um ensino básico deficiente, que não capacita o estudante seguir qualquer carreira, levando-o a preferir aquelas em que é mais fácil enrolar.


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