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Opinião

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A São Paulo dos sonhos

O lançamento pelo prefeito Gilberto Kassab do plano "SP 2040 - A Cidade que Queremos" é uma demonstração de que vai se formando um consenso sobre as diretrizes a serem seguidas para transformar São Paulo numa metrópole mais equilibrada, eficiente e humana.

O projeto começou a ser realizado há dois anos, sob a coordenação do secretário municipal Miguel Bucalem (Desenvolvimento Urbano). Abrangeu, entre outros colaboradores, 40 especialistas da USP, 81 técnicos da prefeitura e sete consultores internacionais. Em 365 páginas, conclui que uma nova São Paulo pode estar pronta em 2040.

Entre as metas, o tempo médio de viagens a trabalho deve cair dos atuais 49 minutos para 30 e a participação dos meios coletivos nos deslocamentos motorizados deve passar de 55% para 70%.

Na habitação, seriam reduzidos a zero os 23% de domicílios que hoje fazem parte de favelas. A despoluição de rios e córregos chegaria a 100%. Todos teriam área verde a 15 minutos de caminhada de suas residências. A oferta de emprego seria mais bem distribuída, e a cidade consolidaria sua posição na economia global como polo de serviços, finanças, eventos, informação, pesquisa e conhecimento.

"SP 2040" tem potencial para se tornar mais que um exercício de futurologia a ser engavetado e esquecido. Todos os objetivos foram orçados, e os responsáveis pelos recursos, mapeados. Essa futura São Paulo custaria R$ 314 bilhões ao longo de 28 anos -e quase metade disso seria para a expansão já em curso, pelo governo do Estado, da rede de trens e metrô.

De um modo geral, o estudo é compatível com os princípios do Arco do Futuro, plano do prefeito eleito, Fernando Haddad (PT), para o desenvolvimento da cidade. Ambos também se coadunam com o atual plano diretor, cujos princípios básicos serão provavelmente mantidos na nova versão a ser debatida na Câmara Municipal.

O que nenhum dos documentos oferece é a garantia de que serão postos em prática. A maior deficiência do planejamento urbano, em São Paulo e noutras problemáticas metrópoles nacionais, está nas soluções de continuidade, na tendência a sempre rever e pouco executar.

Não basta que os objetivos sejam corretos e tenham seus custos estimados. É preciso arregaçar as mangas e fazer.


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