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Denise Chiarato

Uma resposta para Willian

SÃO PAULO - A descrição é quase sempre a mesma: dois homens em uma moto atiram em um grupo próximo a um bar. Quatro pessoas são baleadas -o menino Willian de Souza, 13, não resiste aos ferimentos.

Willian foi morto no dia 6 de novembro. Até agora, nenhuma autoridade ou representante das forças de segurança veio a público explicar o que aconteceu. A morte do menino, assim como tantas outras registradas nos últimos dois meses em SP, segue sem explicação. Não se sabe quem atirou, quem era o alvo dos criminosos e muito menos a motivação.

A gestão Geraldo Alckmin tem evitado dar informações durante toda a crise. Ninguém até agora explicou por que, de uma hora para a outra, pessoas saíram atirando pela cidade. As declarações são poucas e incompletas: muitas das mortes são decorrentes da disputa por pontos de venda de droga, diz o delegado-geral Marcos Carneiro. Mas por que essa disputa se acirrou justamente agora?

Outra justificativa dada, dessa vez pelo secretário Antonio Ferreira Pinto, é a de que ocorreu uma reação do crime organizado, que sofreu seguidos prejuízos depois que a Rota, a tropa de elite da polícia paulista, assumiu recentemente o combate ao tráfico no Estado. Isso significa que, antes, esse enfrentamento não era assim tão efetivo?

Além de não explicar quem são os responsáveis por essa escalada da violência, há uma omissão ainda mais importante: há outros Willians entre essas centenas de pessoas assassinadas? Provavelmente, mas o governo se recusa a divulgar os boletins de ocorrência com as informações sobre o perfil dessas vítimas, alegando que isso poderia atrapalhar as investigações.

Não saber quem está morrendo nem por que estão matando só aumenta a sensação de insegurança. Não é à toa que os boatos de toque de recolher chegaram à avenida Paulista. O governo precisa começar a dar respostas. A família de Willian espera por isso.


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