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Opinião

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Desmatamento contido

Se alguém ainda nutria dúvidas sobre a contenção do desmatamento na Amazônia, terá agora motivo sólido para rejubilar-se. A temporada 2011-2012 de destruição, encerrada em julho passado, registrou a menor área devastada desde que se iniciou o levantamento sistemático por satélite, em 1988: 4.656 km² de corte raso (eliminação completa da vegetação arbórea).

Isso ainda corresponde a três vezes a superfície do município de São Paulo. Mesmo assim, trata-se de um feito. Representa uma redução de 27% sobre a cifra de desmate no ano anterior, 6.418 km².

Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) são preliminares. Eventuais revisões, entretanto, não deverão diminuir o brilho da boa notícia.

O governo federal comprova, mais uma vez, que conseguiu reverter a explosão de desmatamento verificada nos primeiros anos deste século. O auge da devastação se deu em 2004, com mais de 27 mil km² -quase o sêxtuplo do que ora se observa. Desde então, as taxas não pararam de cair.

Duas preocupações se impõem, no entanto. A primeira diz respeito à contribuição da economia brasileira para o aquecimento global.

A maior parte dos gases do efeito estufa emitidos pelo país provinha do desmatamento, com a queima e o apodrecimento da biomassa contida na floresta. O sucesso no combate à destruição da mata, até aqui, permitiu cortar em 35% as emissões nacionais de carbono.

Provavelmente é um caso único no mundo. Mas esse era o fruto relativamente fácil de colher. De ora em diante será muito mais custoso economizar emissões, já que em todos os outros setores elas estão em ascensão -e em breve a geração de energia deverá ultrapassar o desmatamento, com a crescente utilização de usinas termelétricas.

A outra fonte de inquietude se encontra nas tendências de desmatamento observadas após o último mês incluído no levantamento anual do Inpe (sistema Prodes). Entre agosto e outubro deste ano, dados colhidos por satélite -menos precisos que o Prodes, porém- indicam uma alta de mais de 100% sobre o mesmo período de 2011.

As políticas federais de combate à devastação, pelo visto, continuarão sob fogo cerrado.


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