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Alexandre Nobeschi

Antes da Copa

SÃO PAULO - A Confederação Brasileira de Futebol pode passar por mais um constrangimento, com direito a repercussão internacional, poucos dias após o sorteio que definiu os grupos da Copa das Confederações, evento-teste para o Mundial.

O deputado federal Romário (PSB-RJ), craque do tetra e férreo opositor à cartolagem que comanda o futebol do país, protocolou ontem, na Câmara, pedido para a instalação de uma CPI que investigue a CBF. O principal alvo é o contrato firmado entre a entidade e a empresa aérea TAM.

Reportagem do colega Sérgio Rangel nesta Folha mostrou, em outubro, que empresas de Wagner Abrahão, amigo do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, recebem dinheiro de patrocínio da TAM que deveria ir para a confederação.

O acordo prevê o pagamento de US$ 7 milhões (R$ 14,8 milhões) por ano à CBF e foi fechado ainda na época de Teixeira, que ficou 23 anos no poder e renunciou ao cargo em março, após denúncias de corrupção.

Não é a primeira vez que a CBF se vê às voltas com os parlamentares. No começo dos anos 2000, as CPIs CBF/Nike e do Futebol, na Câmara e no Senado, desnudaram as tenebrosas transações de dirigentes do futebol brasileiro. No fim, não deu em nada, e Teixeira continuou seus desmandos à frente da entidade.

Desmandos que José Maria Marin, como presidente da CBF e do Comitê Organizador da Copa, herdou e dos quais se beneficia. Exemplo disso foi a mudança no estatuto que adiantou as eleições na entidade para abril de 2014 (seria em setembro), antes de um possível fiasco no Mundial.

Romário, é claro, aproveita o momento e posa como arauto da moralização do futebol. A seu favor para fazer vingar a CPI CBF/TAM pesa o pouco apreço do governo federal para com Marin e seu vice, Marco Polo Del Nero.

Tirá-los da tribuna dos jogos da Copa seria o caminho ideal para Dilma livrar-se de embaraços bem no ano de sua candidatura à reeleição.


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