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Opinião

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Oposição na muda

Era inevitável, com os altos índices de popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT), que se afigurassem pouco animadores os prognósticos de eventuais candidatos de oposição, caso ocorressem agora eleições para a Presidência.

Os modestos resultados do tucano Aécio Neves na última pesquisa do Datafolha podem ser entendidos como nada mais do que a consequência disso. Mas também refletem, provavelmente, impasses mais profundos na oposição.

O pré-candidato do PSDB oscila entre 14% e 9% dos votos, nas diferentes situações da pesquisa. Fica atrás de Marina Silva, que, tendo alcançado 19,3% no pleito de 2010, pelo Partido Verde, não vê diminuída sua popularidade.

No contexto especulativo de uma pesquisa feita com tanta antecedência, desponta em boa posição o nome do atual presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, num dos cenários propostos. Seu papel na condenação dos responsáveis pelo mensalão se traduz na marca de 9% das intenções de voto.

Não é descabido dizer, com base no desempenho de Marina Silva e Joaquim Barbosa, que o espaço para a oposição ao lulismo parece alargar-se, ao mesmo tempo em que ganha contornos mais indefinidos que os tradicionalmente preenchidos pelo PSDB.

Na vertente ambientalista, com tradição de esquerda, ou na esteira do rigor normativo e do combate à corrupção, correntes distantes do status quo petista abrem cunhas nas percepções do eleitorado.

Haveria ainda lugar, sem dúvida, para uma agremiação capaz de agregar interesses de produtores rurais e pequenos empreendedores urbanos, que tendem a abraçar causas de cunho mais conservador.

Em meio a tais possibilidades, o PSDB parece hesitar. Subsiste, por certo, a defesa de mais eficiência e modernidade nos métodos de gestão, de políticas redistributivas moderadas, alheias ao populismo, e da privatização que marcou o governo Fernando Henrique.

O fraco desempenho econômico e administrativo de Dilma Rousseff pode vir a aguçar a crítica técnica a seu modelo de gestão. Nada disso parece suficiente, por ora, para constituir um ideário oposicionista robusto e consistente.

Os desacertos do lulismo, expostos como nunca no processo do mensalão, e o muito que se adia, no Brasil, em matéria de reformas estruturais e políticas indicam que -para inverter um conhecido chavão- nem todo governo tem a oposição que merece. Falta ver de que modo, e por quem, será enfim constituída.


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