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Kenneth Maxwell

Perigos à frente

Em 14 de junho de 2013, o Irã realizará nova eleição presidencial. Os dois mandatos consecutivos de Mahmoud Ahmadinejad estão se encerrando. O líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, continuará no poder. Khamenei, conservador, linha dura e antiocidental, tentará influenciar a escolha do próximo presidente.

A última eleição presidencial iraniana resultou em grave tumulto civil. Os EUA não desejam novo confronto no mundo muçulmano. Esforços diplomáticos e sanções ocidentais continuam. Se o Irã deixar de produzir urânio enriquecido a 20% em troca de um relaxamento das sanções, um acordo será possível.

Mas Israel acredita que até junho o Irã terá produzido urânio em quantidade suficiente para uma bomba atômica.

Impedir que isso aconteça, dizem os israelenses, é uma "linha vermelha".

No próximo dia 22 haverá eleição legislativa em Israel. É provável que Binyamin Netanyahu seja reeleito para um segundo mandato como premiê. Seu partido, o Likud, contará com o apoio do Yisrael Beiteinu, do ministro do Exterior Avigdor Lieberman, e também dos partidos religiosos e ultraortodoxos de menor porte.

Desde 2010, Netanyahu está pronto para atacar instalações nucleares do Irã. Os comandantes das Forças Armadas e dos serviços de inteligência israelenses se opunham. Mas os dois foram substituídos. A disposição de Netanyahu de ordenar um ataque às instalações nucleares do Irã não deve ser subestimada. Ele vê as ambições nucleares do Irã como ameaça "à existência" de Israel.

A guerra civil na Síria continua. O Irã é o principal sustentáculo do regime de Bashar Assad. Os governos muçulmanos sunitas apoiam os rebeldes. A derrota de Assad solaparia a influência do Irã sobre o Hizbollah, no Líbano, e o Hamas, na faixa de Gaza. No Egito, o fim da ditadura de Hosni Mubarak foi muito mais fácil do que construir um novo regime político representativo. O presidente Mohamed Mursi, a Irmandade Muçulmana e o Egito passam por forte polarização política e religiosa que não será facilmente resolvida.

A Jordânia está desestabilizada pelo influxo de refugiados sírios, e Bahrein e a Arábia Saudita reagem ao tumulto na região com contramedidas cada vez mais autoritárias. No Iraque, o premiê xiita Nuri al Maliki está alienando as populações curda e sunita, inclinadas ao separatismo. No Afeganistão, do qual as tropas ocidentais se preparam para sair em 2014, o Taleban e os líderes de grupos guerreiros regionais estão se posicionando para aproveitar o vazio de poder.

O quadro não é bonito. A região está à beira de uma conflagração. Ações militares mal calculadas podem acarretar consequências imprevistas. E não apenas para o Oriente Médio.

KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feiras nesta coluna.

Tradução de Paulo Migliacci


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