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Opinião

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Fôlego novo

Após o pessimismo de 2012, o ano começa num cenário econômico menos caótico, com sinais positivos na China, na Europa e nos EUA

O fim do mundo supostamente previsto no calendário maia não amedrontou muita gente, mas o cataclismo na economia foi o grande tema dos mercados em 2012. Catástrofes de toda sorte estiveram na pauta, do colapso da China à derrocada do euro, de um novo choque do petróleo à crise alimentar.

O ano de 2013 começa, no entanto, com certa confiança de que o pior não se avizinha. Ao contrário, houve progressos marcantes, especialmente na Europa, que sugerem uma recuperação incipiente da economia mundial e um risco menor de cenários extremos.

Na China, consumada a transição de poder, já aparecem sinais de retomada, com aceleração do investimento público e novas altas nos preços de commodities. O crescimento chinês volta ao ritmo de 8% ao ano -que, se espera, será mantido até meados de 2013.

A Bolsa chinesa, que acumulava queda significativa, subiu 13% em dezembro, indício de que a confiança melhorou. Persistem as dificuldades de ajustar a economia para ancorá-la no consumo privado, mais que no investimento estatal, mas a perspectiva de desaceleração ainda maior foi afastada.

Na Europa, as autoridades chegaram, aos trancos e barrancos, a uma fórmula para conter o risco de curto-circuito financeiro na periferia do euro. A disposição do Banco Central Europeu de intervir em mercados de títulos públicos de países comprometidos com programas de ajuste indica que não haverá grandes quebras.

Mesmo assim, a recessão continua. O PIB europeu completou o terceiro trimestre consecutivo de queda e se espera estagnação em 2013. Permanece o risco político de agremiações extremistas em países fragilizados pelo desemprego, como a Grécia. É um cenário ruim, mas ao menos se ganha tempo para ajustes enquanto a união monetária se recupera e se aprofunda.

Do lado dos Estados Unidos, as dificuldades foram, ao menos por ora, debeladas pelo acordo que evitou o chamado abismo fiscal. A questão de fundo sobre os limites para o endividamento público, porém, ainda não foi resolvida -a votação ficou para março.

Em que pesem algumas incertezas, os Estados Unidos têm mostrado desempenho razoável, com crescimento próximo a 2%. É um ritmo insuficiente para grandes ganhos de renda, mas fica longe de ser uma catástrofe.

No geral, o cenário para o primeiro semestre parece animador, a despeito dos efeitos ainda doídos da crise. Há razão para discreto otimismo, temperado na consciência dos percalços que subsistem pelo caminho.


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