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Opinião

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Enxurrada de medidas

Embora nada original, é ainda assim louvável a iniciativa do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), de inaugurar sua gestão com um pacote de 16 medidas para enfrentar as enchentes. Segundo a pesquisa DNA Paulistano, feita pelo Datafolha em 2012, as cheias são o problema cuja percepção mais piorou na cidade nos últimos quatro anos.

As chuvas de verão são, há décadas, causa de transtornos para a população. É compreensível que o desempenho diante desse desafio venha sendo o fiel da balança para a popularidade do prefeito nos primeiros cem dias de governo. Não surpreende que os ocupantes do cargo costumem priorizar esse tema no início dos mandatos.

Essa vontade de poder, contudo, frequentemente se dilui à medida que a burocracia converte tal combate em mera rotina realizada com indiferença pela sorte dos moradores afetados pelas chuvas.

Convém recordar que as antecessoras petistas de Haddad no Executivo municipal começaram suas gestões com a mesma prioridade.

Em 1988, uma semana antes de assumir, Luiza Erundina visitou as áreas mais atingidas e criou um grupo de trabalho para prevenir as inundações. Em 2000, duas semanas antes da posse, Marta Suplicy exigiu atenção às bocas de lobo. Tanto Erundina como Marta, porém, concluíram seus mandatos mal avaliadas nesse quesito -fator que pesou nas derrotas do PT em 1992 e em 2004.

As propostas de Haddad não diferem muito do padrão habitual de procedimentos, mas há inovações que parecem promissoras. A Secretaria das Subprefeituras, responsável pela limpeza das bocas de lobo, não só vai intensificar seu trabalho nos locais críticos como também atuará em conjunto com a Secretaria de Serviços, que coordena a varrição da cidade. Essa parceria não vinha ocorrendo.

A prefeitura também vai pedir às empresas de limpeza que instalem contêineres nas áreas de comércio popular (Bom Retiro, Brás, Pari, Santa Ifigênia e 25 de Março) para facilitar o recolhimento do lixo que tem entupido os bueiros.

Haddad disse ainda que firmará contrato com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas para monitorar diariamente as 93 áreas de alto risco da cidade no período chuvoso.

Todas as iniciativas objetivam melhorar a gestão do problema, mas nenhuma delas constitui medida estrutural para resolvê-lo. Como plano emergencial, o anúncio de Haddad é bem-vindo -desde que efetivamente implantado e fiscalizado. Mas os paulistanos esperam que, ao longo de seu mandato, o novo prefeito substitua os paliativos por soluções definitivas.


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