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Problema de saúde

Rede paulistana precisa ser aperfeiçoada para eliminar esperas intoleráveis no agendamento de exames, consultas e cirurgias

Dados obtidos por esta Folha, relativos aos serviços de saúde pública na cidade de São Paulo, detalham a situação de precariedade no atendimento à população.

Os registros mais recentes disponíveis, de outubro de 2012, mostram que havia, naquele mês, 660.840 pedidos de consultas, exames ou cirurgias na fila de espera.

Em alguns itens, a demora, mais do que exasperante, é intolerável, como na tentativa de realizar um eletroneuromiograma, exame para o diagnóstico de problemas nos nervos e músculos. O tempo de espera nesse caso chegava a inacreditáveis 35 meses.

Consultas na área de proctologia podiam levar 548 dias para serem realizadas; uma colonoscopia exigia até 312 dias de espera; e a fila para uma cirurgia do aparelho circulatório estendia-se por 103 dias.

Verdade que nem todos os tópicos tinham dificuldades tão dramáticas. O levantamento constatou que não havia espera em áreas importantes, como oncologia, pediatria, ginecologia e obstetrícia.

Além disso, houve progressos nos últimos cinco anos, quando se registrou crescimento de 600% no número de consultas, de 50,6% no de cirurgias e de 58% no de exames. De um modo geral, porém, o quadro é crítico e inspira cuidados.

É sintomático, quanto a isso, que o atendimento na rede de saúde tenha sido o principal problema apontado pelos paulistanos em pesquisa Datafolha de julho do ano passado -à frente de segurança e transporte.

Especialistas concordam que a demora no agendamento de consultas e exames esbarra em problemas como a carência de profissionais, falta de equipamentos nas áreas mais distantes do centro e ineficiências no agendamento.

Não por acaso, a saúde foi um dos principais temas da campanha eleitoral do prefeito Fernando Haddad (PT). Entre suas promessas, destacava-se a chamada Rede Hora Certa, que prevê a construção de equipamentos nas 31 subprefeituras, em condições de absorver parte da demanda por consultas, exames e cirurgias.

De acordo com o secretário José de Filippi Júnior, a novidade começará a ser implantada no próximo mês, mas ainda terá que se mostrar capaz de dar conta do desafio. A embalagem publicitária não será suficiente. É preciso aperfeiçoar o sistema, para eliminar ineficiências, reduzir filas e permitir a continuidade do tratamento dos que buscam diagnósticos nas diversas unidades municipais.

Por fim, é de lamentar que a prefeitura só tenha fornecido os dados sete meses após o primeiro pedido, quando o jornal decidiu recorrer às prerrogativas asseguradas pela Lei de Acesso à Informação.


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