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Opinião

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Corrupção Futebol Clube

O novo e amplo esquema de manipulação de resultados de partidas de futebol identificado em ação conjunta de polícias europeias não chega a surpreender quem acompanha esse esporte.

Casos análogos, com vistas a ganhos em apostas, vêm se verificando nas últimas décadas em vários países -entre os quais o Brasil. Com efeito, já se vão mais de 30 anos desde que a revista "Placar", então dirigida pelo jornalista Juca Kfouri, revelou uma engrenagem de subornos para forjar resultados de jogos da Loteria Esportiva.

Em 2005, a revista "Veja" expôs um esquema fraudulento que resultou na anulação de 11 partidas do Campeonato Brasileiro e teve como principal personagem o árbitro Edilson Pereira de Carvalho, acusado de envolvimento com apostas pela internet.

Na Europa, onde se concentra a elite do futebol mundial, os desvios se multiplicam. Em 2006, a tradicional equipe Juventus, de Turim, foi rebaixada para a segunda divisão italiana em decorrência de práticas desse tipo. No ano passado, novas manipulações foram flagradas naquele país.

Os dados agora revelados pela Europol impressionam. São 380 jogos sob investigação em 15 nações da Europa, além de 300 outros realizados na América do Sul, na América Central, na África e na Ásia. Algumas das partidas faziam parte de competições de ponta, como as eliminatórias da Copa do Mundo e a Copa dos Campeões, principal disputa europeia de clubes.

Além da manipulação de placares, são frequentes os escândalos de corrupção em instituições esportivas, como a própria Fifa, órgão máximo do futebol. Foi sob a acusação de receber propina naquela entidade que Ricardo Teixeira se viu constrangido, no ano passado, a deixar a presidência da Confederação Brasileira de Futebol.

Até mesmo a eleição de países para sediar Copas do Mundo tem sido alvo de suspeitas. Há pouco a revista francesa "France Football" publicou reportagem com indícios de que dirigentes teriam recebido comissões na escolha do Qatar para hospedar o Mundial em 2022.

Não são poucas, portanto, as evidências de que a mais popular modalidade esportiva do mundo é terreno fértil para ilícitos que ameaçam sua credibilidade.

Para combatê-los, além das investigações da polícia e da imprensa, seria desejável mais transparência e controle sobre a administração do esporte -para evitar, por exemplo, a perpetuação de dirigentes e o voto secreto em decisões sobre grandes negócios, como a escolha das sedes da Copa.


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