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Eliane Cantanhêde

Jeitinho argentino

BRASÍLIA - Previsibilidade e confiabilidade, o que inclui respeito a contratos e dados oficiais seguros, inquestionáveis. É isso que a comunidade internacional procura, os investidores internos esperam e, enfim, é o mínimo que a sociedade brasileira exige. Mas há coisas estranhas acontecendo.

Primeiro, foi o uso do Fundo Soberano para maquiar os números e simular um superavit primário em 2012 mais digerível pelo mercado. Aliás, inflaram os dados, mas não o suficientemente.

Depois, a descoberta de que o gato comeu e o Tesouro engoliu recursos depositados pelas empresas no FGTS -que pertence aos trabalhadores- para fechar suas contas.

Enfim, sabe-se da imensa criatividade do governo ao lidar com os números da inclusão social e ao prometer erradicar a miséria.

Com R$ 2 (dois reais!) a mais e um estalar de dedos, milhares de pessoas foram dormir miseráveis, com renda de R$ 69, e acordaram ex-miseráveis, com R$ 71. Isso, nas estatísticas e bumbos oficiais.

O teto de R$ 70, aliás, está careca de tão velho. E mais: cerca de 2,5 milhões de pessoas que vivem abaixo da linha da miséria no país estão fora do Cadastro Único, segundo estimativa do Ministério do Desenvolvimento Social.

A Argentina e sua presidente acabam de passar por dois vexames internacionais: uma censura do FMI e a ironia da revista "The Economist", justamente pela falsificação de dados, especialmente os do PIB e da inflação. Ninguém confia nos índices do governo, e o governo veta os índices de agências, empresas ou bancos independentes.

Na "The Economist", a famosa "Don't cry for me, Argentina" é ironizada como "Don't lie to me, Argentina" ou, apropriadamente, "Não minta para mim, Argentina".

O Brasil é bem mais avançado do que a Argentina e Dilma tem mais credibilidade que Cristina Kirchner. Tomara que continue assim.


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