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Opinião

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Sem perspectiva de paz

Diante de universitários israelenses, o presidente dos EUA, Barack Obama, disse que Israel trata os palestinos de forma injusta, que a política de assentamentos é contraproducente para a paz e que os judeus precisam ver o mundo pelos olhos de seus vizinhos.

A rigor não há, nessas palavras, mudança em relação ao que Obama sempre defendeu. Mas, ditas em Jerusalém, durante sua primeira viagem ao país desde que assumiu, elas ganham inegável força.

Até aqui, as declarações de Obama não vão muito além do simbolismo. Ficam no mesmo campo as juras de aliança eterna que o americano reiterou um dia antes, em encontro com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu.

Por significativos que sejam, tais gestos não substituem propostas concretas -ainda inexistentes. Os próprios objetivos da visita eram modestos. Se, anos atrás, Obama acalentava a ideia de reavivar o processo de paz, agora parece curvar-se à difícil realidade.

Nos últimos anos, dezenas de milhares de colonos judeus ampliaram a ocupação de territórios na região, criando obstáculo considerável para um Estado palestino.

Embora reeleito neste ano, Netanyahu saiu enfraquecido do pleito. O premiê levou seis semanas para costurar nova e frágil coalizão.

Bibi, como é conhecido em Israel, conseguiu livrar-se dos partidos ultraortodoxos -que viviam de arrancar privilégios do Estado para os religiosos-, mas teve de fazer uma aliança "sui generis". Além do Likud, a coalizão reúne o centrista Yesh Atid (Há Futuro), do apresentador de TV Yair Lapid, e o direitista Bait Yehudi (Lar Judeu), de Naftali Bennett.

A eleição de janeiro não deu a Netanyahu um mandato para endurecer contra o Irã e os palestinos, como ele teria desejado. Na verdade, o resultado tirou as questões internacionais de foco.

Lapid, que registrara seu partido em abril de 2012, conseguiu a façanha de torná-lo a segunda maior força do país em pouco tempo. Para isso, enfatizou temas domésticos de interesse da classe média, como a redução do custo de vida e o fim de benefícios aos religiosos.

A negociação com palestinos está a cargo de uma secretaria especial do Ministério da Justiça entregue a partido menor da coalizão.

Os palestinos tampouco contribuem para o processo de paz. Seguem divididos entre os moderados do Fatah, que controlam a Cisjordânia, e os radicais do Hamas, que comandam Gaza. Some-se a esse quadro a confusão no Egito e na Síria e se tem o roteiro perfeito para paralisar as negociações.


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