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Tom emotivo marca inauguração da Biblioteca José Mindlin na USP

Abertura encerra processo que durou mais de uma década e custou cerca de R$ 130 milhões

Em discurso, a ministra da Cultura Marta Suplicy prometeu que vai recuperar a Biblioteca Nacional

CASSIANO ELEK MACHADO DE SÃO PAULO

Numa cerimônia de quase duas horas, aberta pelo crítico literário Antonio Candido, 94, foi inaugurada no final da tarde de ontem, na Cidade Universitária, na USP, um dos principais centros de estudos e referência sobre o Brasil.

Foi com casa cheia que foi aberta a nova Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, grande atração de um imponente prédio de 22 mil metros quadrados.

Políticos como o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, o secretário estadual de Cultura de São Paulo, Marcelo Araujo, e uma extensa lista de intelectuais, como os uspianos históricos Fernando Novais, Boris Fausto e Ismail Xavier, ocuparam o auditório do novo espaço.

Foi uma celebração à memória do empresário e bibliófilo José Mindlin (1914-2010), que, desde os 13 anos, quando comprou um livro raro de 1740, até o final da vida, construiu, com a mulher, Guita (1916-2006), aquilo que Candido classificou como "um acervo realmente notável".

A inauguração de ontem concluiu um processo de 13 anos. O arquiteto Eduardo de Almeida relembrou que em 2000, no intervalo de um concerto no teatro Cultura Artística, recebera o convite de Mindlin para fazer o prédio.

Realizado em parceria com o arquiteto Rodrigo Mindlin Loeb, neto do bibliófilo, o edifício já abriga a biblioteca, de 60 mil volumes, espaços expositivos e o auditório István Jancsó, de 300 lugares

A empreitada custou R$ 130 milhões, bancados por BNDES, Petrobras, Ministério da Cultura, USP e longa lista de patrocinadores privados.

No início do segundo semestre, o edifício deve receber também a nova sede do Instituto de Estudos Brasileiros da USP. "Este conjunto representa uma nova chance do Brasil se repensar", disse Fernando Haddad, com o tom emotivo presente em todos os nove discursos da tarde.

Campeão de citações foi o mote de vida de Mindlin: "Não faço nada sem alegria", frase emprestada por ele do ensaísta francês Michel de Montaigne (1533-1592).

"Mindlin era destes homens perto dos quais a vida parecia melhor", comentou Antonio Candido.

Os elogios foram estendidos para a família. Marcelo Araujo sublinhou quão raros são, no país, os que doam importantes bens culturais para o público. "São tão raros quanto os herdeiros que honram os desejos dos pais."

Sérgio Mindlin, filho do doador, frisou a importância da digitalização de parte do acervo. Digitalização foi o tema central da fala de Marta Suplicy. Ela enumerou todas as iniciativas que o MinC vem tomando para digitalizar acervos. E encerrou a cerimônia com um "compromisso público": "Eu vou recuperar a Biblioteca Nacional".


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