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Renato Lessa aceita presidir a Fundação Biblioteca Nacional
Professor da UFF substitui Galeno Amorim, exonerado do cargo pela ministra da Cultura
Renato Lessa, cientista político e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), foi anunciado ontem pelo Ministério da Cultura como o próximo presidente da Fundação Biblioteca Nacional, substituindo Galeno Amorim, exonerado do cargo pela ministra Marta Suplicy.
"Aceitei o convite e fico muito honrado", disse Lessa em entrevista à Folha. "A responsabilidade é maior do que a honra com o convite."
Desde que assumiu a pasta, Marta criticou o modo como a fundação acumulou as políticas de livro e leitura -uma marca da gestão de Amorim-, em detrimento da manutenção de seu acervo, foco principal da instituição.
Em São Paulo, na inauguração da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin no último sábado, Marta reiterou o que chamou de "compromisso público" de "recuperar a Biblioteca Nacional e torná-la à altura de seu acervo".
"Galeno enfrentou uma máquina burocrática complexa, muito difícil e pesada. Ele certamente teve dificuldades", diz Lucília Garcez, que foi secretária-executiva do Plano Nacional do Livro e Leitura. "Mas acho o Renato Lessa uma ótima indicação."
Em nota, Amorim diz que deixa o posto com a "consciência de dever cumprido". Ele lembrou que, em sua gestão, o público anual da Biblioteca aumentou em 700 mil pessoas e citou avanços na digitalização do acervo, que passou de 1 milhão para 9 milhões de páginas no total.
Manolo Florentino, titular da Fundação Casa de Rui Barbosa, diz que Lessa tem "condições e capacidade" de sanar os problemas do órgão.
"Ele não é homem de ocupar cargos sem ter um projeto em mente", diz Florentino. "Além do prestígio intelectual, ele tem muito boa experiência em gestão."