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Moradores do Vidigal recordam visita de João Paulo 2º em 1980
DO RIOCom a eleição do papa Francisco, a visita a uma favela carioca passou a figurar como um dos principais compromissos de sua agenda de visita ao Rio.
O lugar ainda não foi definido, mas o morro do Vidigal vem sendo lembrado. Talvez pelo histórico da comunidade da zona sul carioca, situada entre os bairros de São Conrado e Leblon, que recebeu a visita do papa João Paulo 2º, em 1980.
Na ocasião, os moradores construíram em mutirão uma capela para receber o papa. Fizeram ainda uma escadaria com corrimão especialmente para João Paulo 2º pudesse chegar ao local. O papa era aguardado na capela por um grupo de crianças.
"Eu era uma delas. Fui um dos poucos a ver o papa bem de perto e a receber a bênção dele", lembra Hiran da Silva Lima, 43, que hoje trabalha em uma ONG no Vidigal.
Em frente à capela, o papa disse algumas palavras e presenteou os moradores com o anel que estava usando.
A joia acabou sob a guarda da Arquidiocese do Rio, e uma cópia, também em ouro, ficou na capela do Vidigal.
"O anel acabou roubado e uma segunda cópia foi produzida. Hoje, ela permanece sob a guarda de quatro moradores daqui", diz Silva Lima.
No trajeto entre a capela e o asfalto, o papa decidiu entrar sem avisar na casa de Elvira Almeida de Lima.
"Entrei correndo em casa e vi a minha mãe conversando com o papa. Depois, ela chorava e me abraçava", lembra Armando Almeida de Lima, 71, filho de Elvira. Ela morreu dois anos depois da visita de João Paulo 2º.
Lima se lembra da importância da passagem do papa pelo Vidigal, favela que na época estava sob ameaça de remoção. "Depois da visita do papa não tiveram mais como tirar a gente de lá", afirma.
Ele ressalta uma coincidência com o atual papa: em 1980, os moradores do Vidigal batizaram a capela em homenagem a São Francisco de Assis.
