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Policiais acusados de matar PC Farias vão hoje a julgamento

Ex-seguranças de tesoureiro da campanha de Collor em 1989 são levados a júri popular quase 17 anos após crime

PC e sua namorada foram encontrados mortos em casa dele em Maceió; mandante nunca foi apontado

DE SÃO PAULO

Quase 17 anos após o crime, os quatro ex-seguranças denunciados sob acusação de envolvimento nas mortes de Paulo César Farias e de sua namorada, Suzana Marcolino, serão levados a júri popular hoje em Maceió.

O casal foi encontrado morto em 23 de junho de 1996, com um tiro cada um, na casa de praia de PC Farias na cidade.

Tesoureiro de campanha do ex-presidente Fernando Collor em 1989, PC Farias é tido como articulador do esquema de corrupção no governo denunciado à época.

Segundo a Promotoria, a morte de PC foi investigada como "queima de arquivo", pois ele era acusado de sonegação de impostos e enriquecimento ilícito e poderia revelar outros envolvidos.

Os PMs Adeildo dos Santos, Reinaldo de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva são acusados de participação nas mortes ou, no mínimo, de omissão ao não evitá-las, já que eram seguranças de PC.

"A tese do suicídio de Suzana foi descartada pelos peritos", disse o promotor Marcos Mousinho, em referência às primeiras conclusões da polícia, em 1996, de que Suzana havia matado PC por ciúme e, depois, se suicidado.

Investigações posteriores mostraram que o primeiro laudo, do legista Badan Palhares, considerava Suzana mais alta do que realmente era --ponto crucial para compreender o disparo. Palhares sempre defendeu seu laudo.

Em 1999, a Folha publicou fotos que comprovaram que Suzana era mais baixa que PC.

Embora considerem o caso um crime de mando, polícia e Ministério Público nunca chegaram ao mandante.

O irmão de PC, o então deputado federal Augusto Farias (antigo PPB, hoje PP), foi alvo de inquérito. A investigação foi arquivada no STF em 2002 a pedido do então procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro. O arquivamento ocorreu no Supremo porque ele, como parlamentar, tinha foro privilegiado.

Já a investigação contra os ex-seguranças prosseguiu, mas a defesa conseguiu postergar o júri por vários anos.

O advogado dos ex-seguranças, José Fragoso Cavalcanti --que também defendeu Augusto Farias--, diz que provará no júri que Suzana matou PC Farias e se matou. Ele tentará provar que o primeiro laudo estava correto. "O que importa é a altura da Suzana sentada, pois ela estava sentada quando disparou", diz.

A expectativa é que o júri se estenda até sexta-feira.


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