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Crime foi passional, reafirma irmão de PC

Augusto Farias chegou a ser indiciado sob a suspeita de ser mandante da morte do tesoureiro de Collor e da namorada

Inquérito contra ex-deputado foi arquivado em 2002; polícia investigou hipótese de crime por encomenda

DE SÃO PAULO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MACEIÓ

Figura central do caso Paulo César Farias, o ex-deputado Augusto Farias procurou ontem convencer os jurados de que a morte do irmão e da namorada, Suzana Marcolino, foi um crime passional.

No depoimento mais esperado do julgamento dos quatro ex-seguranças acusados pelas mortes, em Maceió, Augusto negou desavenças com o irmão e reforçou a tese da primeira investigação da polícia de Alagoas, de 1996 --Suzana matou PC com um tiro e se suicidou em seguida.

Em depoimento de quase duas horas, Augusto disse: "Pode existir família tão unida quanto a nossa. Mais do que a nossa não existe".

Tesoureiro de campanha de Fernando Collor em 1989, PC foi o operador de um esquema de corrupção que levou ao impeachment do então presidente em 1992.

Augusto foi indiciado em 1999 sob a suspeita de ser o mandante dos crimes, após nova apuração policial descartar a versão de homicídio-suicídio. Como ele tinha foro privilegiado à época por ser deputado, o inquérito foi ao Supremo, sendo arquivado em 2002 por falta de provas.

O processo correu para os ex-funcionários que estavam na casa no dia do crime. A Promotoria acusou oito deles, e a Justiça considerou haver provas para levar a júri os quatro que estão agora no banco dos réus.

Ao juiz Augusto disse que PC comprovara uma traição de Suzana. Afirmou que o irmão contratou um detetive no nome dele, Augusto.

O ex-deputado chamou os réus de "coitados" e confirmou que paga a defesa deles --PMs da ativa em Alagoas-- "para que nenhum inocente" seja punido. Um trabalhou e outro trabalha para ele.

O juiz Maurício Breda o repreendeu. "Não estou perguntando sobre a inocência dos réus." Augusto disse que só conheceu anteontem, no fórum, o perito Badan Palhares, cujo laudo fundamentou a primeira conclusão policial de homicídio-suicídio.

Palhares usou um dado errado --Suzana era mais baixa, e a bala não poderia ter feito o caminho descrito no laudo.

O ex-deputado chamou de "psicopata" a cunhada de PC que em 1999 reforçou a suspeita de que ele teria participação nas mortes.

OUTRAS TESTEMUNHAS

Mais 12 testemunhas foram ouvidas ontem. Filha de PC, Ingrid reafirmou a união da família --Augusto e o pai seriam "mais que irmãos".

A comerciante Mônica Calheiros confirmou ter vendido a Suzana o revólver Rossi 38 do qual comprovadamente partiram os tiros que mataram PC e a namorada.

Um ex-vigia da casa de PC disse que não ouviu os tiros porque estava longe do local, e o som foi abafado por fogos de uma festa junina.


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