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Nunca se saberá quem matou PC, diz promotor em último dia do júri

Ministério Público pediu condenação de ex-seguranças por omissão na morte de PC e Suzana

Defesa disse que tese de duplo homicídio é 'ficção'; réus sustentam que Suzana se suicidou após matar namorado

DO ENVIADO ESPECIAL A MACEIÓ COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM MACEIÓ DE SÃO PAULO

No quinto dia de julgamento dos acusados de envolvimento na morte de Paulo César Farias, 50, e Suzana Marcolino, 28, o promotor que acusa os ex-seguranças do empresário disse aos jurados que nunca se saberá quem realmente matou o casal, há quase 17 anos.

O resultado do júri estava previsto para ontem, mas não havia sido divulgado até a conclusão desta edição.

PC Farias foi tesoureiro da campanha de Fernando Collor em 1989 e operador do esquema de corrupção que levou ao processo de impeachment do ex-presidente, em 1992. Era acusado de sonegação e enriquecimento ilícito.

O promotor Marcos Mousinho refuta a tese de crime passional, sustentada pela defesa dos PMs que faziam a segurança de PC Farias.

Mousinho defende que outra pessoa matou o casal, em 23 de junho de 1996, na casa de praia de PC, em Maceió. No entanto, o Ministério Público nunca apontou um assassino.

"Dezessete anos se passaram. Não vamos ter ilusões. Nunca mais saberemos quem matou PC Farias e Suzana Marcolino", disse Mousinho.

O irmão de PC, Augusto Farias, chegou a ser apontado como mandante do crime, mas o caso foi arquivado.

O promotor pediu que os jurados condenassem os ex-seguranças Adeildo dos Santos, Reinaldo de Lima Filho, Josemar Faustino dos Santos e José Geraldo da Silva por homicídio por omissão.

O Ministério Público afirma que os quatro policiais militares não se empenharam para evitar a morte do patrão.

"Não agiram porque participaram da trama. A obrigação deles era proteger aquelas duas vidas", disse.

O advogado dos réus, José Fragoso, pediu a absolvição e disse que não há provas de que houve duplo-homicídio.

GUERRA DE LAUDOS

O julgamento foi marcado por uma guerra de laudos. A defesa se baseia em laudo feito em 1996 por peritos de Alagoas e pela equipe do médico-legista Badan Palhares, da Unicamp, que conclui que Suzana matou PC e se suicidou. A acusação usa laudo feito em 1997 pela equipe do legista Daniel Muñoz, da USP, que indica duplo homicídio.

Ontem, a equipe de Muñoz mostrou teste em que peritos atiraram em um porco anestesiado para ver os efeitos que o tiro teria no corpo de Suzana. O promotor criticou a burocracia para testes com animais. "O porco tem direitos humanos dos porcos", disse.


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