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Protestos marcam a abertura da Virada

Daniela Mercury e Thiago Pethit criticam deputado Feliciano, e artista é detido por projetar laser sobre Lobão

Cantora baiana pede o impeachment do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados

DE SÃO PAULO

A nona edição da Virada Cultural, iniciada ontem, teve seus primeiros shows marcados por protestos.

Em palcos diferentes, Daniela Mercury e Thiago Pethit criticaram o deputado Marcos Feliciano, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. "Todos os cidadãos são iguais perante a lei. Aquele deputado devia sofrer impeachment pelo o que vem fazendo", disse Daniela, que foi muito aplaudida.

No palco Copan, Thiago Pethit dedicou em tom irônico sua segunda música a Feliciano, com uma introdução aplaudida pelo público. "Pastor Feliciano, escute bem o que eu digo, gaste seu tempo comigo, tire toda a minha boca, borre o batom da minha boca, venha se perder por aqui."

O show de Daniela com o Zimbo Trio no palco Júlio Prestes, às 18h15, marcou a abertura oficial.

A cantora entrou em cena com "Madalena", de Ivan Lins, sucesso na voz de Elis Regina. Depois, com citação de "Jesus, Alegria dos Homens", de Bach, ela rezou trecho de "Ave Maria", aos gritos de "rainha" e "linda".

Daniela fechou a apresentação com "O Canto da Cidade", uma de suas canções mais populares, misturada a "Asa Branca", "Aquarela do Brasil" e o hino nacional -também executado na guitarra por Lobão.

Gal Costa foi a segunda atração no palco Julio Prestes. Com repertório de seu disco mais recente, "Recanto" (2011), a cantora interpretou músicas como "Tudo Dói" e "Recanto", que pouco empolgaram a plateia formada por muitos jovens e famílias.

Gal conquistou o público mesmo quando interpretou clássicos de sua carreira, como "Divino Maravilhoso", Folhetim", "Mãe", Segunda" e "Barato Total".

Gal pediu que fotógrafos parassem de usar flashes, "que desconcentram quem está no palco".

Depois de muita polêmica nas últimas semanas, ao lançar o livro "Manifesto do Nada na Terra do Nunca", no qual faz críticas virulentas a nomes da MPB e à presidente Dilma Rousseff, Lobão fez um show tranquilo no palco São João.

Ele dedicou músicas ao Racionais MC's, grupo de rap que atacou em seu livro.

Por 65 minutos, Lobão priorizou músicas mais agitadas de seu extenso repertório, com forte pegada de rock pesado. Só abriu exceção em um bloco no meio da apresentação, com baladas famosas -como "Noite e Dia" e "Me Chama".

O artista independente Paulinho Fluxus, 28, foi detido pela PM durante o show de Lobão.

Usando capacete e arma de brinquedo cor-de-rosa, Paulinho se apoiou em um poste e iluminou o rosto do cantor com um laser, sendo vaiado pela plateia ao seu redor.

LASER DE PROTESTO

Segundo ele, a "intervenção artística" foi um protesto contra as declarações de Lobão sobre vítimas de tortura da ditadura militar. "Ele disse que os torturadores só arrancaram umas unhinhas. Ele agrediu o meu pai, a honra da minha família. O Lobão está precisando de luz, muita luz", disse Fluxus, um dos organizadores do movimento Existe Amor em SP.

De acordo com o artista, o pai dele, o jornalista Sergio Gomes, foi preso e torturado em 1975.

Fluxus se refere a declarações feitas por Lobão em 2011, quando o cantor disse que "aí tem que ter anistia pros caras de esquerda que sequestraram o embaixador [dos EUA Charles Elbrick, sequestrado por grupos de resistência em 1969], e pros caras que torturavam, arrancavam umas unhazinhas, não [risos]?"

Dois policiais detiveram Paulinho Fluxus, que às 19h45 foi encaminhado ao 2º DP, no Bom Retiro.

ATRASOS

Alguns shows começaram com atraso. Programado para as 18h, o de Jorge Mautner, Kassin e ritmistas no palco 25 de Março só teve início 47 minutos depois. Eles reclamaram de problemas no som. A apresentação de Fagner no Theatro Municipal começou com 50 minutos de atraso.

Já Agnaldo Timóteo não chegou a tempo para o seu show, às 20h35. A organização antecipou a atração seguinte.


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