Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Skaf domina propaganda da Fiesp de olho em 2014

Presidente da entidade quer disputar governo de São Paulo pelo PMDB

Exposição da imagem do líder da federação das indústrias do Estado é inédita na história da instituição

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO DIÓGENES CAMPANHA DE SÃO PAULO

De olho na disputa eleitoral do próximo ano, quando deseja concorrer a governador pelo PMDB, o empresário Paulo Skaf está usando a máquina de propaganda da entidade que preside, a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), para projetar sua imagem.

Skaf instalou na federação, base de um sistema que engloba o Sesi (Serviço Social da Indústria) e o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), o publicitário Duda Mendonça, seu marqueteiro quando tentou o mesmo cargo, em 2010.

No ano passado, Duda venceu uma licitação de R$ 16 milhões do Sesi e do Senai, também comandados por Skaf. Com isso, unificou a linguagem dos comerciais das entidades, objetivo de uma consultoria dada pelo próprio Duda à Fiesp em 2009 e que lhe rendeu, em 2011, a conta publicitária da entidade.

No início do mês, Skaf apareceu três dias no horário nobre da TV pedindo a aprovação da Medida Provisória dos Portos em comerciais da Fiesp. Exibia implante capilar recém-realizado e sobrevoava de helicóptero a fila de caminhões em Santos (SP).

Uma única inserção da campanha, no programa "Fantástico" (TV Globo), custou, segundo estimativa do mercado, mais de R$ 800 mil.

A exposição da imagem do presidente não tem precedentes na história da Fiesp e é raridade no meio industrial.

Skaf também estrelou, em abril, comerciais do Sesi e do Senai em que, diante de crianças e jovens, dizia que a indústria faz "investimento em gente" ao aplicar recursos, provenientes de contribuição compulsória, nas escolas das duas entidades.

O orçamento do Sesi para 2013 é de R$ 1,48 bilhão, e o do Senai, de R$ 1,32 bilhão.

Recentemente, um ex-aluno do Senai interagiu com o empresário nas inserções partidárias do PMDB.

Skaf afirma que o nome do Senai não foi dito na propaganda política e que seu objetivo era promover a educação profissionalizante. "Não vou poder falar mais das coisas com que trabalho?"

MARATONA

Além de cumprir agenda institucional na sede da entidade, na avenida Paulista, o peemedebista vem se inserindo cada vez mais no interior.

Lançou em fevereiro o que chamou em seu perfil no Facebook --alimentado por dois jornalistas da assessoria da Fiesp-- de "maratona" de inaugurações de unidades do Sesi e do Senai no Estado.

Ele diz que "corre" para entregar as 70 escolas previstas até o fim do ano. Foram 13 até a sexta-feira passada, dia da semana que reserva para esses eventos, nos quais é sempre fotografado com crianças.

A imagem do presidente é onipresente nos sites ligados à Fiesp. A página da entidade tem um "espaço da presidência", com uma sessão em que o internauta é convidado a ver "sua foto com Paulo Skaf" --como fazem os candidatos em período eleitoral.

As galerias, disponíveis também no site do Sesi, mostram Skaf visitando um hospital, eventos religiosos e a escola de samba Vai-Vai e posando com pessoas na Paulista e no aeroporto.

Em outra frente, escreve para um jornal paulistano e uma rede de diários no interior sobre assuntos como educação, segurança pública e até o incêndio da boate Kiss.

Quando entrevistado, Skaf critica os preços dos pedágios e a falta de transparência do governo de São Paulo.

A Folha solicitou à Fiesp, no dia 15, informações sobre a evolução de investimentos da entidade, incluindo gastos com publicidade.

Após indicar que os dados seriam repassados, a assessoria da entidade não informou os números. Respondeu, anteontem, que "a Fiesp está desobrigada, por lei, a publicar seu balanço".

Perguntado sobre a exposição de sua imagem, Skaf afirma que a Fiesp quis dar uma "cara" à indústria. Resolveu tê-lo como "porta-voz", como já ocorre "em grandes empresas americanas quando querem dar credibilidade" à propaganda. "Não poderia ser um ator."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página