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Dilma diz que vai aumentar controle do Bolsa Família

Presidente disse não acreditar que origem de boatos foi alteração de calendário dos pagamentos pela Caixa

Investigações da Polícia Federal indicam que fonte de falsas notícias pode estar em central de telemarketing do Rio

FÁBIO ZANINI ENVIADO ESPECIAL A ADIS ABEBA

A presidente Dilma Rousseff afirmou ontem na Etiópia que os boatos sobre o Bolsa Família, que provocaram corrida aos bancos no fim de semana passado, vão obrigar o governo federal a aprimorar o sistema de fiscalização do benefício.

"O que a gente pode tirar de bom disso? Podemos tirar que vamos estar sempre mais atentos agora para essa possibilidade, porque durante dez anos nunca houve isso", afirmou a presidente.

No último fim de semana, falsas notícias sobre a extinção do programa levaram milhares de pessoas a agências da Caixa Econômica Federal e a lotéricas em 13 Estados. Houve longas filas, tumulto e confusão.

"Agora você vai ter de incorporar aos seus mecanismos, através de auditoria, mais isso", disse Dilma.

Ela não quis comentar a investigação sobre a origem dos boatos, dizendo que seria uma "temeridade". Mas deu indicação de que não acredita que a razão tenha sido a mudança no cronograma de pagamentos pela Caixa Econômica Federal, sem aviso, na véspera dos boatos.

A Folha noticiou ontem que a Caixa, responsável pela distribuição do benefício, alterou o calendário de pagamentos do Bolsa Família na véspera do boato.

"Eu li a nota da Caixa. O que ela admite é que está em transição de um sistema e suspendeu, de fato, uma pessoa do pagamento. Isso explica o pagamento dessa pessoa, mas não explica a corrida à Caixa. Não explica o porquê da quantidade de pessoas que procuraram a Caixa no sentido de receber [o benefício]", disse.

Para Dilma, pode ter havido falha da Caixa. "Somos humanos. O que estou dizendo é o seguinte: não é uma falha tópica que explica esses Estados [com rumores]."

A presidente considerou o episódio "lamentável" e disse que não autoriza ninguém a acusar a oposição --como fez a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos).

A presidente minimizou os recentes atritos com o PMDB, embora tenha admitido "flutuações". "Nós temos uma aliança bastante estável e sólida com o PMDB. Diferenças, num regime democrático, sempre ocorrem. Elas não são tão relevantes assim", disse.

TELEMARKETING

A Polícia Federal investiga se uma pequena empresa de telemarketing do Rio de Janeiro, com sede próxima a uma agência da Caixa, está envolvida na disseminação dos boatos que levaram à corrida de beneficiários do Bolsa Família. A Baixada Fluminense está entre os locais em que houve tumulto.

Informações preliminares sugerem que uma lavadora de carros seja a proprietária da central de telemarketing investigada. Segundo a Folha apurou, não se descarta a possibilidade de outras empresas do gênero terem atuado no caso em Estados do Norte e do Nordeste.

Ontem, a Caixa Econômica Federal informou que a antecipação de pagamentos feita no fim de semana passado, quando usuários correram às agências para sacar a parcela mensal do Bolsa Família, foi um procedimento normal com o objetivo de melhorar o cadastro do programa.


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