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Análise

Pobreza e renda são somente parte da agenda que merece atenção

MARCELO MEDEIROS ESPECIAL PARA A FOLHA

Estamos acostumados a dar muita atenção à pobreza de renda, mas nem a pobreza nem a renda resumem os grandes desafios que temos que enfrentar.

A erradicação da pobreza tem caráter emergencial, mas concentrar as energias nessa emergência leva a um problema conhecido: um centavo acima da linha de pobreza faz alguém deixar de ser pobre, embora quase nada tenha mudado para essa pessoa.

Sim, parece que falta algo quando nos focamos tanto nos pobres. Falta olhar para quem já não é pobre, mas que ainda tem muito menos que aqueles no topo da pirâmide social. Ou seja, falta tratar também da desigualdade.

Ter renda estável é importante. Não é o dinheiro em si o que importa, mas o que se pode fazer com ele, como comprar o brinquedo da filha ou pagar dentista do filho.

Há, porém, coisas cruciais que mesmo um indivíduo mais rico teria dificuldade em comprar. Rios sem poluição, populações sem epidemias, avenidas sem engarrafamentos e bairros seguros são exemplos que um indicador de renda não capta.

Há também aquilo que é possível comprar, mas se pode obter de outra forma. Pessoas que têm acesso a boas escolas e bons serviços de saúde gratuitos vivem melhor que as demais, mesmo com uma renda bem inferior.

Na balança do desenvolvimento, a melhoria na qualidade da infraestrutura pública muitas vezes pesa mais que os aumentos de renda.

É fundamental ir além da renda quando se consideram as condições de vida. Nessas dimensões o país também é muito desigual.

Se dentro de uma mesma cidade as desigualdades já são claras, entre regiões são ainda maiores. Pobreza e renda são apenas parte da agenda que merece atenção.


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