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Em nota, Planalto descarta mudanças na cúpula da Caixa
Após erros na crise do Bolsa Família, governo diz que direção do banco é composta de 'técnicos íntegros'
Dilma age para blindar Jorge Hereda e Urbano Duarte; contradições no caso deixaram dirigentes na berlinda
"Eu não vejo razão para desculpa. A presidente não fez ilação, teve todo o cuidado de determinar a investigaçãoGILBERTO CARVALHOsecretário-geral da Presidência
A presidente Dilma Rousseff negou ontem, por meio de nota oficial distribuída pela Secretaria de Comunicação Social, que vá promover mudanças na cúpula da Caixa Econômica Federal em meio à crise do pagamento antecipado do Bolsa Família.
No texto, o Planalto diz que "a diretoria é formada por técnicos íntegros e comprometidos com as diretrizes da CEF, com seus clientes e com os beneficiários de programas tão importantes para o Brasil, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida".
As contradições do banco no caso levaram o presidente, Jorge Hereda, a pedir desculpas, ao lado do vice-presidente de Habitação da instituição, José Urbano Duarte.
Escalado inicialmente para dar explicações sobre o caso, Duarte foi desmentido após reportagem da Folha mostrar que o banco liberou os benefícios na véspera da disseminação dos boatos que provocaram corrida por saques em 13 Estados.
Ontem, a coluna Painel informou que, embora demonstre, nos bastidores, descontentamento com a direção da Caixa, o Planalto vai aguardar as providências tomadas para o próximo pagamento dos contemplados com o Bolsa Família, previsto para o dia 17. Só depois definirá medidas administrativas.
CONTRA-ATAQUE
Ontem, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) rebateu Aécio Neves, presidente do PSDB e pré-candidato ao Planalto em 2014.
O tucano havia cobrado da presidente desculpas "em rede nacional de TV" pelas afirmações desencontradas prestadas pelo governo.
"Eu não vejo razão nenhuma para desculpa. A presidente não fez nenhuma ilação, a presidente teve todo o cuidado de determinar a investigação do assunto, acho que ela agiu de maneira muito adequada. Não há, da parte do governo, nenhuma atitude, da parte da presidente, que possa levá-la a pedir qualquer tipo de desculpa."
Mesmo sem informações precisas sobre a origem dos boatos, governo e petistas passaram a supor que eles foram fruto de uma ação deliberada e orquestrada.
A ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) e Rui Falcão (presidente do PT) chegaram a ligar as ocorrências à oposição.
Na ocasião, Dilma afirmara: "É absurdamente desumano o autor desse boato. E é criminoso também".
Anteontem, o senador do PSDB mineiro, potencial adversário de Dilma no ano que vem, disse esperar que a petista "peça desculpas aos brasileiros tanto pelas acusações injustas e por aqueles que sofreram, segundo a presidente, um ato desumano".