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Análise
Onda de violência pode explicar pior desempenho na capital do Estado
VERA MAGALHÃES EDITORA DO "PAINEL"A situação de Geraldo Alckmin guarda semelhanças com a de Dilma Rousseff. Assim como a presidente, o governador tem uma gestão bem avaliada e lidera com conforto a corrida eleitoral.
Mas tanto um quanto outro tem razões para se preocupar com os números do Datafolha. Uma delas, aliás, atende pelo mesmo nome: Luiz Inácio Lula da Silva.
Se a pesquisa nacional torna evidente o estrago que a inflação em alta e a economia andando de lado começam a fazer na imagem de Dilma, há indícios de que a onda de violência que assusta a Grande São Paulo pode se tornar o calcanhar de aquiles de Alckmin, como já foi detectado por pesquisas que chegaram ao Palácio dos Bandeirantes.
Um desses indícios é a diferença no desempenho de Alckmin na Grande São Paulo e no interior do Estado. Na primeira região, o tucano varia de 37% a 44%, a depender do cenário. No interior, seu índice varia de 48% a 59% nas diferentes simulações.
Alckmin sempre foi forte no interior. Mas não é possível descartar que a onda de roubos e latrocínios, cuja percepção foi reforçada nas últimas semanas por causa de casos de grande repercussão em bairros nobres da capital, ajude a explicar a performance pior do tucano na capital e nos municípios vizinhos.
Também como no caso de Dilma, o "anti-Alckmin", segundo mostra o Datafolha, é Lula. O ex-presidente, que nunca se apresentou como candidato a governador, foi citado por 26% dos eleitores no cenário em que aparece.
A alta pontuação do ex-presidente deve estimular, nos próximos dias, especulações em torno de sua candidatura em São Paulo, ideia que foi defendida antes pelo marqueteiro João Santana e por outros petistas. Da mesma maneira, não faltarão os adeptos do "volta Lula'' diante dos primeiros sinais de dificuldades de Dilma.
O desempenho ruim dos outros possíveis candidatos petistas testados pelo Datafolha, mesmo de Aloizio Mercadante, que já concorreu duas vezes a governador, ajudará na cantilena pró-Lula.
Um dos dados mais surpreendentes da pesquisa, a boa colocação do presidente da Fiesp, Paulo Skaf (PMDB), ainda precisa de uma série histórica para poder ser analisado com precisão.
Por enquanto, Skaf aparece como a alternativa a Alckmin para o eleitorado de alta renda e alta escolaridade, segmento em que o governador tucano teve seu pior desempenho na pesquisa.