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Dilma ataca pessimismo dos críticos da política econômica

Presidente diz que rivais têm 'impulso para a derrota' e não terão 'última palavra'

Petista afirma que críticas ao governo refletem 'movimentos especulativos' e são 'leviandade política'

DE BRASÍLIA

Com a popularidade em queda e turbulências na economia, a presidente Dilma Rousseff atacou ontem os críticos de sua política econômica, acusando-os de serem como o "velho do Restelo", símbolo do pessimismo.

Dilma fez referência ao personagem do poeta português Luís de Camões (1524-1580). No clássico "Os Lusíadas", era ele quem vocalizava críticas à expansão marítima de Portugal, depois bem-sucedida.

Segundo ela, o "velho do Restelo" é um personagem que retrata "vaidade" e "impulso para a derrota", acrescentando que "muitos velhos do Restelo apareceram nas margens das nossas praias" --local em que o personagem fazia seus vaticínios.

Elevando o tom de voz, Dilma encerrou o discurso, em evento no Palácio do Planalto, dizendo que o "velho do Restelo não pode, não deve e, asseguro para vocês, não terá a última palavra no Brasil".

A presidente reservou a parte final de sua fala, durante lançamento do programa Minha Casa Melhor, para defender seu governo das críticas de economistas e da oposição, que apontam erros na sua política econômica, como gastos elevados, inflação alta e real desvalorizado.

Queixando-se de que seus críticos estariam com uma visão não condizente com a realidade do país, a presidente afirmou que "a situação real em que o Brasil vive é de inflação sob controle, contas públicas sob controle", chamando atenção da plateia pela mudança no tom de voz.

Dilma orientou seu ministro Guido Mantega (Fazenda) a afirmar que vai cumprir uma meta de superavit primário de 2,3% do PIB neste ano como forma de ajudar o Banco Central no combate às pressões inflacionárias.

A petista disse que os críticos de sua política econômica são os mesmos que, no início do ano, afirmaram que havia um risco de racionamento de energia no país.

"Todos os que apostam nisso são os mesmos que, no início deste ano, apostaram que ia haver um problema sério com o fornecimento de energia no país. Que sumiu e desapareceu de todos os jornais, porque não era real", afirmou a presidente.

Ela classificou esse tipo de crítica de "leviandade política grave" porque afeta o país.

Nos últimos dias, Dilma e seus assessores vinham reclamando, reservadamente, do que consideram "tom pessimista" da oposição, da imprensa e do mercado financeiro em relação à economia.

Neste ano, o crescimento econômico está mais fraco do que o previsto, a inflação alta forçou o Banco Central a intensificar a subida dos juros e a cotação do dólar está pressionada. Este cenário ruim afetou a popularidade da presidente, que caiu oito pontos, segundo o Datafolha.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), provável rival de Dilma na eleição de 2014, disse que ela foi "impactada" pela queda na popularidade.

"Não serão ataques fortuitos e fora do tom à oposição que vão permitir que a inflação volte ao controle. (...) Que a queda nas pesquisas não afete o humor da presidente. Ela tem que planejar o país, o que não foi feito até agora", afirmou o tucano.


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