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Médico teve registro cassado por violar ética profissional

DO RIO

O médico psiquiatra Amílcar Lobo Moreira da Silva, morto por complicações cardíacas em 1997 aos 58 anos, é acusado por ex-presos políticos de ser o responsável por atestar se vítimas de tortura tinham condições de continuar sob interrogatório.

O então segundo-tenente examinou presos do Batalhão da Polícia do Exército, na rua Barão de Mesquita, Tijuca, entre 1970 e 1974. Em algumas ocasiões foi levado para cuidar de torturados na chamada "Casa da Morte", em Petrópolis (RJ). Nas visitas era identificado como dr. Cordeiro.

Em 1986, Lobo revelou ter visto, 15 anos antes, em uma das celas da Barão de Mesquita, o ex-deputado federal Rubens Paiva. Paiva tinha sido levado de sua casa por militares e desaparecido. Na versão oficial, tinha sido resgatado por militantes de esquerda quando era transportado.

O médico disse ter sido chamado para atender um homem com o corpo coberto de manchas roxas e o abdome endurecido, sintoma típico de grave hemorragia interna, que lhe balbuciou duas palavras: "Rubens Paiva".

O médico sempre negou ter participado de sessões de tortura, mas ex-presos afirmam que ele era o responsável por injetar o medicamento Pentotal, conhecido como "soro da verdade", antes dos interrogatórios dos presos.

Em 1987, a Procuradoria Geral da Justiça Militar apontou cinco militares como responsáveis pela tortura e assassinato de Rubens Paiva: informou que Lobo não havia participado dessas torturas, mas teria participado de outras. O médico negou.


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