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Governistas minimizam vaias a Dilma

Secretário-Geral da Presidência diz que democracia é isso: 'Ditadura é que é fácil, democracia é assim mesmo, complexa'

Apupos contra a petista no jogo Brasil x Japão foram manifestação de desagrado da classe média, afirma oposição

DE BRASÍLIA

O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) disse ontem serem precipitadas as análises sobre as vaias recebidas pela presidente Dilma Rousseff no jogo de abertura da Copa das Confederações, em Brasília.

"Temos que ter a tranquilidade de não tirar conclusões precipitadas. [É preciso] compreender que o processo democrático é assim mesmo. A ditadura é que é fácil. A democracia é assim mesmo, é complexa", disse Carvalho.

O ministro ressaltou que no mesmo tempo em que era vaiada pela maioria da torcida no Estádio Mané Garrincha, no sábado, Dilma foi aplaudida pela multidão que acompanhava a partida entre Brasil e Japão por telões instalados na Esplanada dos Ministérios.

A ministra Helena Chagas (Secretaria de Comunicação Social) disse que Dilma não comentou o assunto. "Isso não tem relevância", afirmou a ministra.

ACUSAÇÕES

Líderes das bancadas governista e de oposição debateram no Congresso as vaias e as manifestações e trocaram acusações.

Os governistas atribuem os protestos a "organizações políticas", enquanto a oposição diz que os movimentos representam a insatisfação contra o governo federal.

Da tribuna do Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR) disse que o Brasil resolveu dar um "basta contra a corrupção". "A mola propulsora dessas manifestações, que alavancou também a vaia à presidente Dilma, é esse sentimento de indignação diante dos escândalos de corrupção que ocorrem no Brasil", disse.

Líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM) atribuiu as vaias e as manifestações a "movimentos organizados" que têm o objetivo de desestabilizar o governo. "Há partidos políticos que não estão escondidos. Manifestações são legítimas, mas há momentos em que não são bem-vindas", afirmou.

Para o presidente do DEM, José Agripino Maia (RN), as mais de 65 mil pessoas presentes no estádio manifestaram a insatisfação da classe média com o governo.

"Espero que a presidente entenda o recado. A classe média está farta de ver as coisas serem anunciadas e não serem cumpridas."

Mais cedo, o ministro Aloizio Mercadante (Educação) havia minimizado a reação dos torcedores.

"Eu acho que política e futebol nunca combinaram e eu debito fundamentalmente [essa atitude] a essa reflexão profunda do Nelson Rodrigues", disse o ministro, citando o jornalista e escritor.

"Ele dizia que em dia de jogo o Maracanã vaia até minuto de silêncio", afirmou Mercadante, um dos ministros mais próximos da presidente Dilma.


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