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STF libera votação de projeto que beneficia Dilma em 2014

Por 7 votos a 3, medida que inibe criação de partidos volta a tramitar no Congresso

Governistas desistem, porém, de acelerar a aprovação da proposta por temer desgaste ao Palácio do Planalto

DE BRASÍLIA

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu ontem por 7 votos a 3 liberar a votação pelo Congresso do projeto de lei que inibe a criação de partidos no Brasil.

Aliados da presidente Dilma Rousseff, que patrocinam a proposta, desistiram de acelerar a votação no Senado e definirão na próxima semana o ritmo da tramitação.

A avaliação da base governista é que aprovar o projeto em um momento de generalização de protestos pelo país representaria um risco para o Palácio do Planalto.

Isso porque o texto tem como uma de suas principais consequências o enfraquecimento de eventuais adversários de Dilma nas eleições de 2014 --como Marina Silva, que tenta criar a Rede Sustentabilidade para disputar a Presidência da República.

Em abril, o ministro do STF Gilmar Mendes suspendeu a tramitação do projeto sob o argumento, entre outros, de que ele era uma tentativa "casuística" de sufocar as minorias. A decisão causou um conflito com a cúpula do Congresso, que apresentou o recurso cujo julgamento foi concluído ontem.

Antes da decisão de Mendes, o texto estava na iminência de ser votado no plenário do Senado, último passo antes de seguir para a sanção de Dilma. Agora, a tendência é que ele tramite primeiro pelas comissões da Casa.

"Esperamos que a Comissão de Constituição e Justiça declare que o projeto é inconstitucional", disse o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), autor da ação no Supremo contra o projeto.

O texto inibe a criação de partidos ao vetar a eles acesso à maior parte do dinheiro do fundo partidário e à propaganda eleitoral na TV.

MAIORIA

O julgamento do recurso do Congresso durou quatro sessões. A maioria dos integrantes do STF entendeu que não cabe ao tribunal interromper o processo legislativo, o que só pode ocorrer em casos excepcionais.

Também houve o entendimento de que eventual inconstitucionalidade só pode ser avaliada após a entrada em vigor dos projetos.

Votaram para permitir a tramitação no Congresso os ministros Teori Zavascki, Rosa Weber, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello, Cármen Lúcia e Joaquim Barbosa.

"Admitir controle de constitucionalidade de proposta ainda em debate em foro adequado [Congresso] causa, ao meu ver, desnecessária fragilização de nosso sistema democrático", disse Barbosa.

"O controle preventivo de constitucionalidade é medida excepcionalíssima e somente é legitimo quando há abuso inconstitucional do Poder Legislativo, o que não se tem nesse caso", completou Cármen Lúcia.

Já Dias Toffoli, Celso de Mello e Mendes votaram para manter a suspensão.

Mendes disse que é "ignorância" dizer que foi novidade a decisão de suspender a tramitação de um projeto.

Como disse na semana passada não haver precedente, Fux questionou Mendes se a crítica se referia a ele.

O clima então esquentou. "Ah, Vossa Excelência não queira me interpelar!", respondeu Mendes. "Não vou admitir que Vossa Excelência diga que eu tenho agido com ignorância", disse Fux.


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