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Planalto vê 'pior cenário' e apressa reforma ministerial

Queda de popularidade de Dilma reflete 'conjuntura de manifestações em todo o país', diz ministra da Casa Civil

Oposição analisa números do Datafolha com cautela; tucano aponta 'sinal amarelo' para o governo do PT

DE BRASÍLIA

O resultado da pesquisa Datafolha, indicando queda de 27 pontos na popularidade da presidente Dilma Rousseff, foi acima do pior cenário esperado pelo Palácio do Planalto, que previa um recuo máximo de 20 pontos.

Esta é a avaliação reservada de assessores presidenciais. Para eles, a forte queda acelera a pressão por uma reforma ministerial e um freio de arrumação no governo.

Segundo a Folha apurou, apesar das resistências da presidente, a maior pressão é por uma mudança na área econômica. O ministro Guido Mantega (Fazenda) tem sido alvo de críticas do mercado e dentro do próprio governo.

Em público, assessores da presidente buscaram relativizar a queda de popularidade da presidente, atribuindo o recuo a algo "natural" e "conjuntural" num momento de manifestações no país.

"Em momentos como este, de manifestações e protestos, é natural que os governantes tenham queda de aprovação. Isso deve ter acontecido com todos os outros governantes, principalmente chefes de Executivo", afirmou a ministra Glesi Hoffmann (Casa Civil).

"A presidente, por ser uma pessoa que se expõe muito e tem muita visibilidade, acaba respondendo por problemas que muitas vezes não são de sua responsabilidade. Avaliamos que isso é reflexo da conjuntura", disse.

Para o presidente do PT, Rui Falcão, Dilma tem índices superiores aos piores momentos registrados durante os governos Lula e Fernando Henrique Cardoso. "A economia vai melhorar no segundo semestre e isso vai ensejar uma recuperação nas próximas pesquisas", disse.

O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), diz que a queda não pode ser ignorada. Contudo, ele acredita que o momento é de "questionamento amplo, generalizado, que não ataca pessoalmente uma figura política, mas todos os políticos".

"A presidente relatou na quinta-feira que todos estão satisfeitos da porta para dentro de casa; mas, da porta para fora, a situação piorou. A saúde piorou, a segurança piorou, o transporte piorou."

O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), diz que o governo federal tem, sim, a maior parte das responsabilidades. "A crise nos transportes, que é local, acabou afetando outras áreas. Mas, se há a percepção de que a economia piorou, então é, sim, um foco de insatisfação com o governo federal."

Cunha evita falar em reflexo eleitoral. "É prematuro falar em 2014. Estamos saindo vivos de uma batida de trânsito. Resta saber se conseguiremos sair vivos do hospital."

Na oposição, o tom foi moderado. O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), disse que a pesquisa acende "sinal amarelo" no governo. "Eu diria para a presidente que é hora de governar, assumir responsabilidades."

"É um sinal amarelo, ma não é um quadro definitivo para eleições. Tem muito tempo. Ela pode se recuperar ou afundar de vez", disse.


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