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Primeiro-Ministro

Figura de proa do governo Dilma nos últimos meses, Mercadante extrapola suas funções na Educação e é cotado para ocupar vaga de Gleisi Hoffmann na Casa Civil

CATIA SEABRA MÁRCIO FALCÃO

Cotado para assumir a Casa Civil do governo Dilma Rousseff, o ministro Aloizio Mercadante (Educação) fincou os pés no Palácio do Planalto. À frente da articulação política em resposta aos protestos de rua, liderou reuniões, negociou com aliados e assumiu até as vezes de porta-voz, ofuscando as ministras Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais).

Tamanha influência rendeu-lhe o apelido de "clínico-geral da União". Por sua presença ostensiva, foi responsabilizado por êxitos e dissabores da semana.

Foi ele que participou, na terça-feira, da reunião entre a presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer, que ficou contrariado por não ter sido consultado previamente sobre a proposta de Dilma de sugerir uma assembleia constituinte para realizar a reforma política. Gleisi não estava lá. Ideli chegou no final.

Na quinta-feira, Mercadante participou das reuniões com líderes governistas para desenhar a estratégia de um plebiscito sobre reforma política. Também sem Gleisi.

Embora o ministro repita que agiu excepcionalmente, sua ascensão alimentou rumores de que está prestes a ocupar a cadeira de Gleisi e já produziu tremores na base governista.

Líderes atribuem a Mercadante o desenho da malsucedida proposta de constituinte. Também afirmam que foi dele a ideia de cancelar uma reunião com deputados em retaliação às críticas à proposta de plebiscito sobre a reforma. Duas horas depois, a audiência foi reagendada.

Segundo peemedebistas, Temer se queixou por duas vezes da condução política atribuída a Mercadante. Por não ter sido consultado sobre a ideia de uma constituinte e pelo desfecho considerado insatisfatório de uma reunião de deputados na residência oficial do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Na quarta-feira, Temer telefonou para Mercadante relatando a reunião em que parlamentares de diferentes siglas, inclusive do PT, expuseram restrições à proposta do plebiscito.

Contrariado, Mercadante procurou o presidente do PT, Rui Falcão, para reclamar da participação do líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), no encontro.

IRREVOGÁVEL

Outro que tem reclamado de Mercadante é o senador José Sarney (PMDB-AP). Em 2009, após uma operação do governo que livrou Sarney de um processo de cassação, Mercadante disse que deixaria a liderança do PT no Senado, função que ocupava, em "caráter irrevogável". Não renunciou.

Desde então, Sarney tem Mercadante como um desafeto. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também guarda na memória os discursos feitos pelo petista em 2007, quando defendia que ele deixasse o comando da Casa devido a acusações de irregularidades.

O principal consultor de Dilma enfrenta resistência até no PT. Um episódio clássico narrado por petistas é o diálogo travado entre Mercadante e o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva logo após a derrota para Fernando Henrique Cardoso na corrida presidencial de 1994.

Vice na chapa de Lula para a Presidência, Mercadante teria lamentado sua sorte para o companheiro minutos depois de oficializada a vitória de FHC. Não ocupou um ministério nos oito anos do governo Lula.


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