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Cotidiano em cima da hora
Polícia prende dois suspeitos de matar menino boliviano
Testemunhas reconheceram jovens de 18 e 19 anos, segundo delegado; policiais buscam outros 3 acusados
Corpo de garoto começou a ser velado em Guarulhos e deve ser enterrado na terça-feira na Bolívia
A polícia prendeu dois suspeitos de participar do assassinato do boliviano Brayan Yanarico Capcha, 5. O menino foi morto com um tiro na cabeça porque chorava abraçado à mãe durante assalto à casa da família anteontem, em São Mateus (zona leste).
Segundo a Polícia Civil, Paulo Ricardo Martins, 19, e Felipe dos Santos Lima, 18, tiveram a prisão temporária de 30 dias decretada pela Justiça.
O delegado Antônio Mestre Júnior afirmou que Martins confessou o crime, mas disse que foi um adolescente quem atirou no garoto. Lima alega inocência, mas, para a polícia, ele é o mentor do assalto.
A reportagem não localizou advogados dos presos. Ambos foram reconhecidos por testemunhas, disse a polícia. Martins apontou outros três parceiros, ainda não localizados.
Dos cinco suspeitos detidos anteontem --três deles adolescentes--, quatro foram liberados e um ficou preso por ser foragido da Justiça. Nenhum tinha envolvimento no crime.
O corpo começou a ser velado ontem em Guarulhos e deve ser enterrado na terça num povoado perto de La Paz. O consulado boliviano cuida dos trâmites e arcará com o custo.
Chocados, os pais querem voltar para a Bolívia. Veronica Capcha Mamani, 24, e Edberto Yanarico Quiuchaca, 28, trabalham como costureiros e ganham dois salários mínimos. Estão no Brasil há seis meses.
Segundo Veronica, os ladrões, insatisfeitos com os R$ 4.500 entregues, atiraram no menino, que chorava. "Me ajoelhei, abraçada ao meu filho. Ele dizia: Não me mate, não mate minha mãe'. Mesmo assim, ele atirou."
Ontem, bolivianos protestaram no Brás (zona leste). Anteontem, houve um ato em frente ao 49º DP (São Mateus).