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Dilma é vaiada ao anunciar verba a prefeitos

Presidente promete liberar recursos para educação e saúde, mas políticos esperavam repasse maior de fundo municipal

Em resposta a críticos, petista diz que 'não tem milagre na gestão pública'; Planalto vê falha de comunicação

DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff foi vaiada ontem por prefeitos durante evento em Brasília mesmo depois de ter anunciado um pacote de bondades aos municípios.

É o segundo ano consecutivo em que Dilma é vaiada na Marcha dos Prefeitos, organizada pela CNM (Confederação Nacional dos Municípios).

Na vaia de 2012, a presidente discursava na abertura do evento e falava sobre a divisão das receitas dos royalties do petróleo --um dos temas sensíveis na pauta dos prefeitos à época. Neste ano, Dilma já foi vaiada em um evento de ruralistas no Mato Grosso do Sul e na abertura da Copa das Confederações, em Brasília.

Ontem, apesar de ter sido aplaudida no início de sua fala pelos presentes na plateia, Dilma ouviu gritos por revisão do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), não mencionada em seu discurso.

Pauta tradicional da CNM, que organiza o encontro, a ampliação dos repasses do fundo foi reivindicada pelo presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, nas tratativas que antecederam o evento.

Dilma anunciou R$ 20,4 bilhões para municípios, mas foi vaiada por dizer inicialmente que repassaria R$ 3 bilhões para educação e saúde.

"Vocês são prefeitos como eu sou presidenta. Vocês sabem que não tem milagre. Quem falar que tem milagre na gestão pública sabe que não é verdade. Agora, nós precisamos fazer um esforço muito grande para atender aquilo que é emergencial", disse Dilma em resposta aos gritos por revisão do fundo.

Quando a presidente já havia saído do palco, os presentes foram repreendidos por Ziulkoski. "Parece que somos uma manada irracional", discursou. "Para que vaiar? O que se ganha com isso? Eu sou o maior bronco do governo, vocês sabem como é que é."

O incidente ensejou série de reações do Palácio do Planalto para conter o que seus próprios aliados chamaram de "falha na comunicação".

Dilma acionou a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) para explicar que o anúncio é maior do que o propagado. Segundo ela, aumentar o total de recursos do FPM, que tem verba vinculada, não é a melhor alternativa, devido à conjuntura econômica.

No Senado, Jorge Viana (PT-AC) disse que foi uma "questão de comunicação": "A presidente ofereceu R$ 3 bilhões, uma compensação pelas perdas dos prefeitos".

O FPM é uma transferência constitucional baseada em uma porcentagem da arrecadação do IR (Imposto de Renda) e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

Os municípios reclamam que o repasse é menor quando há queda de arrecadação. No caso do IPI, o governo anunciou série de desonerações. Os prefeitos apostavam em um anúncio no aumento do repasse desse dinheiro.

Outro problema, para os prefeitos, é que o anúncio dos R$ 3 bilhões veio acompanhado da orientação para que fosse usado nas áreas de educação e saúde --não livremente. Também não há previsão de que esse recursos continuem sendo repassados no futuro.

Ideli afirmou que se os recursos viessem por meio do FPM, os prefeitos teriam menos do que os R$ 3 bilhões. "Essas explicações, depois, com calma, estarão sendo feitas", disse Ideli.


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