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Congresso reage às críticas de Mercadante

Ruas não pediram o plebiscito, afirma líder do PMDB; DEM diz que petista quer culpar Legislativo pela falência do governo

Presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves afirma que o governo Dilma também será cobrado pelas ruas

DE BRASÍLIA

Líderes da Câmara e do Senado reagiram ontem à entrevista do ministro Aloizio Mercadante (Educação) na qual ele disse que o eleitor vai "cobrar caro" do Congresso se a reforma política não for feita com participação popular por meio de um plebiscito.

Para os congressistas, a fala indica que o ministro quer jogar para o Congresso a responsabilidade por respostas às manifestações nas ruas.

A ideia do plebiscito foi lançada pela presidente Dilma Rousseff ao Congresso, mas acabou enterrada para ter efeito nas eleições de 2014. Dois fatores pesaram na rejeição: o fato de Dilma anunciar o plebiscito sem consultar antes o Congresso e o prazo de 70 dias estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral para organizar a votação.

Em contrapartida, a Câmara criou um grupo de trabalho para discutir uma reforma política que poderá ser submetida a um referendo.

Em entrevista à Folha e ao UOL, Mercadante, hoje o articulador mais próximo da presidente, faz uma previsão de "renovação forte" no Legislativo em 2014 no caso de o Congresso se recusar a melhorar o sistema político.

O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), disse que o plebiscito foi um equívoco e provocou: "Nas manifestações vi cartazes vendendo até um Monza 92, mas não vi nenhum pedindo plebiscito, reforma política".

O líder do PSB, Beto Albuquerque (RS), reforçou: "Isso não estava nas placas. O PT não pode só consultar suas bases, tem que ouvir as ruas".

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse que o governo também será cobrado pelas ruas: "É uma declaração que ele tem direito de fazer. Além de ministro, ele é senador, portanto é uma avaliação que respeito. Mas a cobrança é natural que seja feita, é democrática, é ao Executivo também, aos Executivos estaduais. Isso faz parte do processo democrático".

A fala do petista foi bastante criticada na oposição: "Sr. Mercadante, não queira jogar a falência do governo Dilma nas costas do Congresso. Quem não investe em educação, saúde, segurança e combate à corrupção é a presidente Dilma", disse o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO).

Vice-presidente do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) disse apenas que Mercadante "foi mal-interpretado".

Cotado para assumir a Casa Civil, Mercadante tem ampliado seu espaço na articulação política. Tamanha influência rendeu-lhe o apelido de "clínico-geral da União". Por sua presença ostensiva, foi responsabilizado por êxitos e dissabores da semana.


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