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Após manifestação esvaziada, centrais falam em greve geral
Apesar da baixa adesão a ato de anteontem, sindicatos pressionam o governo
Lideradas por Força e CUT, entidades prometem parar em agosto se negociação com Dilma não avançar
Dizendo-se fortalecidas pelas manifestações de anteontem, as principais centrais sindicais do país convocaram novo dia de paralisação para 30 de agosto, caso não haja avanço na negociação de suas reivindicações com o governo federal.
Apesar da baixa adesão popular aos atos --em todo o país, 90 mil pessoas foram às ruas, segundo estimativas oficiais--, as centrais concluíram, em reunião conjunta realizada ontem, que a manifestação foi "histórica" e que ganham força para negociar.
"Ganhamos condição de dizer isso. Vamos dar um prazo para o governo cumprir essas reivindicações ou para voltar à mesa de negociações", afirmou o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT).
O discurso foi compartilhado inclusive pela CUT, central ligada ao PT. "Depois de ontem [anteontem], a negociação não pode ser no mesmo patamar", disse o presidente da CUT, Vagner Freitas.
Ele ressaltou, no entanto, que a possível paralisação do dia 30 não será contra o governo Dilma Rousseff. "Não estamos construindo aqui atividades que sejam contra ou a favor de governo nenhum."
Entre os pedidos das centrais estão a redução da jornada de trabalho e o fim do fator previdenciário, índice que reduz o benefício de quem se aposenta mais cedo.
Falando em nome das centrais, José Maria de Almeida, da CSP/Conlutas, afirmou que não se pode medir a força do ato de anteontem pelo número de pessoas que protestaram. "Paramos fábricas, empresas. Essa é a característica da participação da classe trabalhadora, não é a quantidade de pessoas que foram para as ruas."
Ele disse que será feito um levantamento do número total de envolvidos, que deve ficar "na casa dos milhões".