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Ministro diz que Caixa não é responsável por tumultos
Pagamento do Bolsa Família foi antecipado
O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) isentou ontem a Caixa Econômica Federal de responsabilidades por ter antecipado o pagamento do Bolsa Família na véspera da onda de boatos sobre o fim do benefício, em maio.
Ao defender o inquérito da Polícia Federal que não apontou culpados, Cardozo disse que uma "coincidência de causas" impede "criminalizar qualquer pessoa".
Ele disse que a Caixa não pode sofrer sanções: "Não havia como se abrir processo criminal a respeito. Do ponto de vista administrativo, pelo menos da leitura do relatório, não concorre absolutamente nada que possa ser imputado a qualquer autoridade".
A Folha revelou ontem que a Caixa não foi autorizada pelo Ministério do Desenvolvimento Social a antecipar o pagamento do programa, o que contraria as regras do Bolsa Família. A antecipação sem autorização e sem sugestão da pasta contradiz norma que regulamenta o programa.
No Senado, Cardozo disse que a Polícia Federal ouviu uma "centena" de pessoas e negou que ela tenha agido sob orientação do governo para não apontar culpados. Na época, a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) culpou a "central de notícias da oposição" pelos boatos.
Após a audiência, Cardozo disse que autoridades que usarem irregularmente aviões da FAB devem responder por mau uso de verba. Entre as autoridades que devolveram verbas usadas em viagens particulares está o presidente do Senado, Renan Calheiros.